Ospa confirma encontro com governo para solução de seus problemas
Carta aberta ao Senhor Governador do Estado
Senhor Governador!
Prezados Senhores!
A OSPA quer viver e retomar o seu espaço como a melhor orquestra sinfônica do Brasil e quiçá da América Latina como já foi no passado.
Mas para isto precisa da sua ajuda, do seu carinho, das suas decisões. Somos músicos, trabalhadores da cultura. Não somos políticos. Procuramos dar um sentido para a vida através da música, procuramos levar alegria para a vida das pessoas de todas as classes e de todos os rincões do Rio Grande do Sul e do Brasil. Nosso objetivo é espraiar a boa música, o valor dos nossos músicos e a qualidade do nosso repertório a todas as classes sociais.
Não somos elitistas. A música clássica deve ser para todos, ela é global e universal , capaz de sensibilizar todo e qualquer ser humano, desde que lhe seja dado este acesso.
Criada em 1950 pelo grande maestro Pablo Komlós, a OSPA , senhor Governador, está numa encruzilhada. Ela precisa de mais músicos, de uma lei específica que dê condições de um bom desenvolvimento à orquestra e de um plano que contemple a dignidade de todos os seus profissionais. A OSPA, senhor Governador, precisa viver e precisa de soluções. O senhor tem o poder e a força para mudar a situação que enfrentamos.
A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre é um marco, uma referência e uma glória do Rio Grande do Sul. Possui uma grande legião de fãs e ainda uma grande missão a cumprir. Ela foi e vai onde estão os amantes da boa música. Já realizamos concertos em cadeias, em fábricas, em parques, em jardins, em escolas, em ginásios, em teatros pequenos e acanhados e em grandes palcos.
Só no mês de março deste ano, senhor Governador, 50 mil pessoas assistiram nossos concertos. É um público extraordinário, que gosta da música clássica, a música que toca e alimenta todos os corações , sensibilizando–nos para um mundo melhor.
Nossa orquestra, senhor Governador, anda permanentemente pelo Rio Grande afora. Já percorremos também 22 estados brasileiros e fomos para o exterior, sempre recebemos destaque e críticas elogiosas.
Hoje, senhor governador, a Ospa está carente e precisa do seu socorro. E precisa, sobretudo, de uma boa administração. De dirigentes que gostem da música clássica, que amem a instituição Ospa e que busquem recursos para torná-la grande, poderosa e orgulho do Rio Grande como sempre foi.
A Ospa quer ter ainda mais brilho e muito mais qualidade e por isso estamos aqui, apelando ao senhor, para que olhe para esta orquestra com um carinho especial. Nós precisamos urgentemente do seu apoio, da sua ajuda e da sua atenção. Por fim, senhor Governador, queremos contar uma historinha para ilustrar a importância e as referências que a nossa Ospa provocou ao longo do tempo. O grande escritor Érico Veríssimo disse, em certa ocasião, numa de suas andanças pelo mundo, quando lhe perguntaram de onde vinha, que a sua origem era a de uma cidade do Brasil que tinha uma orquestra. É magnífico, é glorioso, senhor Governador, identificar a sua origem, a sua procedência, pela cidade que tem uma orquestra.
E é esta orquestra, a Ospa, senhor governador, que quer viver, que precisa de melhores condições e de mais qualidade para continuar encantando com a sua música os corações gaúchos. Senhor Governador, obrigado por nos ouvir. E faça a nossa música continuar viva, forte, retumbante e cada vez melhor, ecoando por este Rio Grande afora.
08/05/2002
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