Ossadas que podem ser de guerrilheiros do Araguaia foram encontradas no Pará
Na terça-feira (16), a Procuradoria da República do Pará pediu apoio da Polícia Federal (PF), do Instituto de Perícias Científicas do Pará e do Instituto Médico Legal de Marabá para o resgate das ossadas encontradas pelos parentes de um militante em Brejo Grande do Araguaia.
De acordo com a Procuradoria da República no estado, a descoberta foi feita em conjunto pelos parentes e por uma equipe do Ministério Público Federal (MPF), que investigaram a região após novas informações colhidas sobre sepultamentos em Brejo Grande do Araguaia.
O local das ossadas fica a 90 quilômetros de Marabá e é conhecido como Tabocão. A região do Tabocão sempre foi apontada como possível área de enterros de guerrilheiros mortos durante os combates na década de 1970 chegou a ser escavada em outubro do ano passado pelo grupo de trabalho de Tocantins, formado pelo Ministério da Defesa para procurar as ossadas desaparecidas. No entanto, o grupo não conseguiu encontrar nada.
De acordo com o MPF, as ossadas foram encontradas depois que familiares do guerrilheiro Antônio Teodoro de Castro, que usava o codinome Raul na guerrilha, conversaram com um informante, que não quer se identificar, nem falar com as autoridades. Ele apontou vários locais onde poderiam estar sepultados corpos de guerrilheiros. De acordo com o MPF, foram encontrados pedaços de crânio, dentes e restos de tecidos no ponto exato apontado pelo informante.
O MPF informou ainda que existe a suspeita de que as ossadas encontradas podem pertencer aos guerrilheiros Pedro Carretel (Carretel), Rodolfo de Carvalho Troiano (Manoel do A), Gilberto Olímpio Maria (Pedro) e Maurício Grabois (Mário).
Segundo o Ministério Público Federal, quatro peritos, dois agentes da PF e dois técnicos do MPF registraram os depoimentos de moradores e as escavações, e acabaram encontrando mais restos humanos. Todo o material encontrado foi levado para a sede do MPF no Pará e será encaminhado ao Instituto Médico Legal em Marabá.
O Ministério Público informou ainda que os agentes e peritos da PF também estão preparando um relatório com fotos das ossadas encontradas. Depois do trabalho de campo, as ossadas serão encaminhadas para Brasília, onde passarão pelo processo de identificação.
Combatida pelo Exército, a Guerrilha do Araguaia foi um movimento de resistência ao regime militar (1964-1985) organizado pelo PCdoB na primeira metade da década de 1970.
Fonte:
Agência Brasil
30/07/2010 05:54
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