Paciente com gangrena terá atenção multidisciplinar em hospital do Rio de Janeiro



Novos protocolos de atendimento aos pacientes com gangrena diabética estão sendo implantados no Hospital Municipal Miguel Couto (RJ) e prometem dar atendimento multidisciplinar a esses pacientes até a realização da operação. A unidade é referência em cirurgia vascular e recebe, em média por dia, três pacientes com necrose em decorrência da obstrução das artérias causada pela diabetes.

Os novos protocolos foram desenvolvidos pelo Núcleo de Acesso e Qualidade Hospitalar (NAQH), instituído na unidade pela ação S.O.S Emergências, do Ministério da Saúde, que é executada em parceria com estados e municípios para qualificar a gestão e o atendimento nas grandes emergências que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Os protocolos serão aplicados a partir do acolhimento do doente na emergência. Esses pacientes costumam ficar de sete a dez dias internados para tratamento com antibióticos e realização de exames específicos. Só então podem ser submetidos a cirurgias de revascularização, para tentar salvar a parte do membro ainda não atingida pela gangrena, e de amputação da área necrosada.

De acordo com o diretor do Hospital Miguel Couto, Luiz Alexandre Essinger, apesar da ampliação das ações e exames oferecidos na rede básica de saúde para o diagnóstico e tratamento de diabetes , muitas pessoas desconhecem ter a doença. A maioria só procura atendimento médico ao perceber a necrose (apodrecimento) do tecido, normalmente dos dedos dos pés, quando a amputação já é inevitável.

Equipamentos que serão adquiridos com recursos do S.O.S Emergências, como dois novos aparelhos de raio-x arco em C ajudarão nas cirurgias vasculares tão logo o paciente possa ser operado. Também será traçado um perfil desses usuários, mostrando de onde vêm, se tiveram a diabetes diagnosticada anteriormente e por que não procuraram tratamento mais cedo. O relatório com essas informações vai auxiliar o desenvolvimento de novas estratégias na rede básica para dar atendimento precoce a esses quadros.

Há ainda a possibilidade de inclusão desses pacientes no programa de Atenção Domiciliar (AD), reduzindo o tempo médio de internação pós-operatória, hoje em torno de 15 dias a um mês.  Assim, a troca de curativos, fundamental no período de cicatrização, passa a ser feito em casa pela equipe AD e por familiares capacitados.

Atualmente, Miguel Couto contra com o Programa de Atenção Domiciliar do Idoso (Padi), da Secretaria Municipal de Saúde, que atende em casa cerca de 40 pacientes vasculares de um total de 150 usuários. Com o programa Melhor em Casa, ação do Ministério da Saúde que também prevê atendimento em domicílio, o número de pessoas com problemas vasculares poderá ser ampliado.

O hospital está fortalecendo o ambulatório de cirurgia vascular para acompanhamento das pessoas que sofreram amputação e precisam de revisão e cuidados constantes para evitar a ocorrência de novas necroses. São pacientes que vão depender de palmilhas ou sapatos adequados e atenção para feridas para que não infeccionem. Neste ambulatório, são feitos 20 atendimentos por dia. O Hospital Miguel Couto espera pactuar com outras unidades da rede SUS, inclusive em municípios vizinhos que também mandam doentes para serem operados no hospital, a criação de serviços locais que também possam oferecer este tipo de atendimento.

 

Fonte:
Ministério da Saúde



14/02/2012 12:38


Artigos Relacionados


Hospital das Clínicas terá centro de treinamento para aumentar segurança do paciente

Hospital realiza jornada multidisciplinar em Aids

Paciente que vai ao Instituto do Câncer ganha atenção especial

Saúde amplia atenção a paciente judiciário com transtorno mental

Hospital de Itapecerica da Serra recebe acreditação internacional de qualidade e segurança ao paciente

Saúde: Hospital Santa Marcelina de Itaquaquecetuba procura família de paciente sem identificação