Pacificadores tentam conter motim aliado








Pacificadores tentam conter motim aliado
BRASÍLIA - Com a benção dos 21% de intenção de votos da candidata, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), o PFL navega por águas mais calmas. O mar continua encalpelado para o PSDB, onde o ministro da Saúde, José Serra, ainda não atingiu nem 10%. Entre tucanos e liberais, contudo, há convergência na latitude: os dois lados entraram numa maratona de encontros privados na tentativa de acertar a bússola e evitar que a maré da campanha provoque ruptura no casco, hoje frágil, da aliança entre as duas legendas.

Ontem, capitães das duas tripulações partidárias entraram em ação para acalmar os ânimos do prefeito do Rio, César Maia, um dos timoneiros do PFL, e do presidente do PSDB, José Aníbal. Nova reunião entre Aníbal, o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), e do PMDB, deputado Michel Temer (SP), está marcada para este mês. Vão reforçar o pacto de não-agressão. ''É primordial preservarmos a boa convivência'', defende Bornhausen.

O aceno de paz parte de Bornhausen, mas entre tucanos a preocupação com o futuro é grande. Ninguém sabe, nem aposta no que pode acontecer se Serra permanecer encalhado em baixos índices nas pesquisas. Embora não admitam publicamente, o tucanato reconhece que, matematicamente, Roseana disputaria, hoje, o segundo turno com o petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Disse-me-disse - Os principais comandantes da campanha de Serra não gostaram da troca de agressões entre Cesar Maia, seu filho, o deputado Rodrigo Maia, e o deputado José Anibal (SP). Afirmam que o presidente tucano poderia ter ignorado a polêmica. Durante o carnaval, Maia considerou a candidatura Serra inviável e previu a renúncia do concorrente tucano até maio. Aníbal foi rápido na reação. Na quarta-feira, referiu-se ao boquirroto Maia como ''prefeitinho''. A réplica ficou a cargo de Rodrigo Maia. Chamou Aníbal de ''pateta mor''. À distância, Serra não gostou nada. ''Isso não interessa à campanha'', reclamou com um colaborador.
No PSDB, trabalham pela preservação da boa convivência com o PFL o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, o presidente da Câmara, Aécio Neves, e o próprio Aníbal. No PFL, o papel de pacificador é desempenhado pelo vice-presidente Marco Maciel, por Bornhausen e pelo ministro da Previdência, Roberto Brant. Por fora, age o presidente Fernando Henrique Cardoso. A pretexto de garantir a governabilidade mantém canal de diálogo permanente com os dois contendores.

Determinado a não afundar no bate-boca, Serra cumpre hoje a última viagem como ministro da Saúde. Ao lado de César Maia, firma convênio de R$ 22 milhões para maternidades do Rio. Deixará o posto dia 21 para reassumir a vaga no Senado, dia 25, com discurso de candidato à sucessão de Fernando Henrique.


Congresso termina férias de 49 dias
BRASÍLIA - Foram 49 dias de férias. A partir de hoje, deputados e senadores terão 120 dias para votar os projetos urgentes que estão parados no Congresso Nacional, como o da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o pacote de leis anti-violência e o de previdência complementar. Na prática, as atividades começam na próxima semana e terminam em julho, quando a mobilização para as eleições de outubro, quando serão escolhidos o presidente, os congressistas e deputados estaduais, inviabilizam qualquer votação.

O primeiro desafio será limpar a pauta das medidas provisórias vencidas. Se o Legislativo não apreciar as MPs em 45 dias, elas se tornam prioridade e impedem a votação dos demais projetos. A mais polêmica das quatro MPs previstas é a que permite contratar servidores públicos temporários nos casos de greve. Considerada um pacote anti-greve, é ferrenhamente combatida pela oposição.

Depois das MPs, o Congresso vai se dedicar ao projeto de prorrogação da CPMF até dezembro de 2003. No ano passado, o governo arrecadou R$ 17 bilhões com a contribuição, que deixaria de ser cobrada em 17 de junho. A nova lei de segurança pública só deverá ser votada em meados de abril, prazo previsto para que sejam analisadas as 245 propostas referentes ao tema já apresentadas.


PT monta governo Benedita da Silva
O Diretório Regional do PT começa a definir neste domingo os contornos do futuro governo Benedita da Silva. Nos bastidores, já se discute a formação do secretariado que administrará o Estado de abril a dezembro. Segundo um dirigente petista cotado para um cargo no primeiro escalão, a preocupação do partido é deixar na população um ''gostinho de quero mais'' que leve à reeleição da governadora e renda votos a Luiz Inácio Lula da Silva no Rio.

Os petistas têm consciência das dificuldades. Temem ''bombas de efeito retardado'' deixadas pelo governador Anthony Garotinho e um cerco da maioria da Assembléia Legislativa, de oposição a Benedita. Além disso, muitos dos principais nomes do partido - inclusive o coordenador do grupo de transição, o sociólogo Luís Eduardo Soares - vão se candidatar a deputado e não poderão ocupar cargos no secretariado. A situação preocupa a direção nacional, que pretende acompanhar de perto a transição no Estado. Na quarta-feira, os principais dirigentes estarão no Rio, para a comemoração dos 22 anos do PT e dos 90 anos de Apolônio de Carvalho, um dos fundadores do partido.

O secretariado petista
Educação - William Campos, ex-diretor do Instituto de Educação, encabeça a lista. O educador Gaudêncio Frigotto também foi sondado, mas resiste. A sugestão foi do deputado Chico Alencar.

Saúde - O candidato natural é o deputado estadual Paulo Pinheiro. A ex-vereadora Ana Lipke ganhou força pelo desempenho no grupo de transição.

Transportes - O titular será o ex-secretário Raul de Bonis, ligado ao deputado federal Carlos Santana. De Bonis deixou o secretariado de Garotinho depois que o governador disse que o PT era ''o partido da boquinha''.

Cultura - O novo secretário deve ser o ex-vereador Antônio Pitanga, marido de Benedita.

Ciência e Tecnologia - Ricardo Vieralves, sub-reitor da Uerj, é a principal indicação. O ex-reitor Antônio Félix é outro nome citado.

Fazenda - É bem lembrado o ex-secretário de Garotinho Carlos Sasse, que deixou o governo por denunciar pressões originárias de fiscais de ICMS de Campos.

Planejamento - O ex-secretário e deputado federal Jorge Bittar tenta emplacar dois ex-auxiliares: Élvio Gaspar ou Franklin Coelho.

Meio Ambiente - O ambientalista Elmo Amador, indicado pelo deputado Carlos Minc, deve levar a pasta.
Saneamento - O presidente do Crea, José Assis Chacon, tenta ganhar a indicação.

Segurança - Benedita tentou escalar o coronel Sebastião Brás. Houve resistências. Indicou-o para o comando da Polícia Militar, mas uma reunião de coronéis rejeitou a idéia. A direção do PT sugere o advogado Roberto Aguiar, secretário de Segurança do governo Cristóvam Buarque no Distrito Federal.

Ação Social - O preferido é Adilson Pires, ex-vereador no Rio.

Baixada - O nome mais falado é Jorge Florêncio, ex-vereador da São João de Meriti.

Trabalho - O sindicalista Adeilson Teles está no páreo, apesar de o presidente do partido, Gilberto Palmares, ex-titular da pasta, insistir em Marcos Teles, um ex-auxiliar.


Caso Daniel já tem 80 depoimentos
A polícia paulista ouviu ontem mais cinco pessoas sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. A Secretaria Estadual de Segurança Pública não revelou detalhes, mas informou que 80 depoimentos já foram colhidos. Os suspeitos do crime foram identificados mas continuam foragidos. A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária de Itamar Messias dos Santos e mais quatro supostos criminosos. A polí cia, no entanto, não consegue chegar ao esconderijo dos foragidos, na favela Pantanal, dominada pelo tráfico de drogas.

O Partido dos Trabalhadores (PT), que defende uma investigação paralela, considera inútil a enxurrada de depoimentos. ''Isso não acrescenta nada'', criticou o deputado estadual Vanderlei Siraque, integrante da comissão do partido designada para acompanhar o andamento das investigações. ''Oficialmente, a polícia ainda não tem nada de concreto'', disse. Celso Daniel foi seqüestrado em 18 de janeiro quando voltava de um restaurante e o corpo foi encontrado no dia 20.


Conflito por terra no Pará fere 84
Tiros, bombas de gás lacrimogêneo e foices foram usados na batalha, abandonada pela polícia para evitar carnificina

Quase seis anos depois do massacre de Eldorado do Carajás - quando 19 trabalhadores sem-terra foram mortos pela Polícia Militar do Pará -, a tensão pela terra no Estado causou novo conflito de grandes proporções entre trabalhadores e policiais, com 84 feridos, quatro em estado grave. Eram 8h30 quando cerca de 150 PMs chegaram ao acampamento Granja Três de Maio, em Ananindeua, a 30 quilômetros de Belém, para cumprir mandato de reintegração de posse da fazenda, tomada por 500 famílias do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Desta vez, entretanto, o lado mais fraco levou vantagem. Dos 84 feridos, pelo menos 54 eram policiais. Após duas horas de batalha sangrenta, com tiros disparados de lado a lado, golpes de foice e facão, a PM decidiu abortar a missão. É a segunda vez que a PM recua ao tentar despejar os posseiros que estão há mais de dois anos na área de 120 hectares. ''Desistimos para evitar uma carnificina'', disse a capitão Vanessa, da assessoria de imprensa da corporação.

Os policiais são acusados de espancar moradores, o que teria provocado uma reação violenta deles, que, armada de espingardas, revólveres, foices, facões e pedaços de pau, avançaram contra a tropa. A Secretaria da Segurança Pública do Pará informou que os sem-teto, receberam a polícia com tiros e pedras, dando início ao confronto. A PM respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e tiros com balas de borracha, mas não conseguiu dispersar a multidão. Cápsulas de fuzil também foram encontradas no local, mas o comandante-geral da corporação no Estado, coronel Mauro Calandrini, nega que seus homens tenham disparado diretamente contra pessoas.

''Podemos ter atirado, mas para cima, e só com o objetivo de intimidá-los'', justificou. Calandrini disse ter enfrentado ''uma milícia armada'' formada de ''gente com conhecimentos profundos de guerrilha''. Ele elogiou a conduta dos policiais, que recuaram para encerrar o conflito. O advogado dos posseiros, Pedro Cavallero, prometeu responsabilizar pelo conflito o juiz Homero Lamarão e o comandante da PM. ''Eles chegaram fortemente armada, com cães e cavalos para afrontar os moradores. A reação foi essa porque essa gente já está cansada de lutar por moradia.''

Quatro PMs estão em estado grave, de acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar. O soldado Ericlei Alves de Souza foi atingido por um tiro no olho esquerdo e perdeu parcialmente a visão; o aspirante a oficial Alex Raposo teve a perna esquerda fraturada por uma bala; dois soldados levaram tiros; e outros dois tiveram traumatismo craniano provocado por pedradas na cabeça. Do lado dos posseiros, nove foram feridos a bala. Pelo menos 15 líderes dos sem-tetos já foram identificados.

Um cinegrafista da TV Record levou um tiro no braço esquerdo, mas não corre perigo. Ele foi levado para uma clínica particular. Os acampados afirmam que um menino de dez anos de idade teria sido morto no conflito, mas a informação não foi confirmada.

O secretário estadual de Segurança Pública, Paulo Sete Câmaras, disse que os manifestantes foram provavelmente instruídos por outras pessoas a resistir à polícia. Câmaras alega que a reintegração de posse é uma atividade rotineira no Estado, e vinha transcorrendo sem problemas havia muito tempo.


Mentor de seqüestro de Olivetto ficou no Chile
O seqüestro do publicitário Washington Olivetto tem um novo vilão. A polícia identificou o homem que estaria acima de Mauricio Hernández Norambuena, até então tido como líder máximo da quadrilha. O jornal chileno La Tercera informou que Raul Julio Escobar Poblete, conhecido como Comandante Emilio, teria um posto superior ao de Norambuena na Frente Patriótica Manuel Rodriguez, grupo de esquerda que comandou a operação.

O chefe da Divisão Anti-Seqüestro de São Paulo, Wagner Giudice, apontou Poblete como provável mentor do crime. ''O líder da quadrilha no Brasil pode ter sido mesmo Norambuena, mas este homem foi um dos idealizadores e cuidou do cativeiro'', disse. ''Os policiais chilenos nos garantiram que ele estava acima na hierarquia da Frente Patriótica''. A identificação foi possível graças a um retrato falado feito por testemunhas que viram o seqüestrador entrando e saindo do cativeiro várias vezes.

Mais três criminosos foram identificados na quarta-feira com a ajuda da polícia do Chile. Fotos e documentos encontrados em uma das bases usadas pelo grupo, na cidade de Santos, ajudaram no reconhecimento.

Sigilo - Até agora, Giudice confirmou o envolvimento de 13 pessoas no seqüestro do publicitário, mas desconfia que 16 pessoas tenham participado da operação. Os nomes vêm sendo mantidos em sigilo para não atrapalhar o andamento das investigações. O ministro do Interior do Chile, José Miguel Insulza, afirmou que os criminosos devem ser tratados como delinqüentes comuns, mesmo que tenham sido motivados politicamente.

A onda de violência em São Paulo gerou ontem um protesto de cerca de cem manifestantes em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual. O ato foi proposto pelo grupo Tome uma Atitude, da Zona Sul da capital paulista. O coordenador do movimento, Luiz Carlos dos Santos, informou que o objetivo era chamar a atenção dos políticos para o problema, principalmente na periferia.


Artigos

O perigo “fofo”
Marcos Benchimol

Muitas doenças podem ser evitadas na infância. A obesidade infantil, por exemplo. Pesquisas comprovam que mais de 25% da população infanto-juvenil do mundo estão acima do peso. O perigo maior é a falta de conscientização dos pais, principalmente nos países subdesenvolvidos. Nestes, as deficiências nutricionais são freqüentes e, por isso, a idéia de ''abundância'' é sinônimo de saúde. Criança fofa não significa criança saudável. Há crianças gordas com falta de vitaminas.

Sabemos que o processo de aterosclerose (deposição de placas de gordura na parede dos vasos) tem início, muitas vezes, na infância ou na adolescência. Dessa forma, é prudente que a prevenção comece cedo. O avanço tecnológico trouxe muitas conquistas na área médica. Hoje, temos vacinas para muitas doenças outrora fatais. Fatores de risco para as doenças cardiocirculatórias (principal causa de morte em adultos) já são razoavelmente bem conhecidos e felizmente existem intervenções capazes de prevenir o seu aparecimento.

Os principais fatores de risco das doenças cardiovasculares são hipertensão arterial, diabetes, hipercolesterolemia, elevação da homocisteína, fatores hereditários, obesidade, resistência insulínica, tabagismo e inatividade física. Alguns desses fatores são reflexos do estilo de vida da sociedade moderna. Percebe-se que a atividade física ficou muito restrita. Brincadeiras como a pelada ou o pique-esconde foram substituídas por TV, internet, games etc. Em vez de almoçar e jantar regularmente com a família, engolem-se, quase sem mastigar, hambúrgueres, batatas fritas e refrigerantes. ''Alimentos'' altamente calóricos, de baixo valor nutritivo e ricos em gordura saturada (aterogênica). Mais preocupante ai nda, o hábito de fumar começa cada vez mais cedo.

Com isso tudo, não é de estranhar um aumento de casos de obesidade infantil, hipertensão arterial, elevação do colesterol, diabetes e doenças cardiovasculares em populações cada vez mais jovens. O impacto que tais condições proporcionam na economia e na demanda por serviços de saúde é substancial.

O diagnóstico precoce dessas condições é fundamental para que se possam minimizar os efeitos adversos a longo prazo, principalmente em famílias com histórico de doenças como diabetes, hipercolesterolemia, elevação de homocisteína, hipertensão arterial, infarto do miocárdio, morte súbita e acidente vascular cerebral.

O melhor tratamento é a prevenção. É fundamental que toda a família compreenda as conseqüências de seu estilo de vida. As refeições de baixa caloria, a atividade física e a abstenção do tabaco devem ser empreendidas pela família inteira.


Editorial

RESPEITO À VIDA

As montadoras de automóveis no Brasil mantêm o péssimo costume de receber o recall como mancha na sua imagem. Pisam em ovos sempre que encontram defeitos de produção e são forçadas a alertar os proprietários de veículos com vícios de origem. Diferentemente das promoções de venda, a convocação para troca de peças é tímida e merece espaço reduzido nos meios de comunicação. Mais grave ainda é a tática de aguardar que as queixas se acumulem para só depois proceder a convocação mais ampla. No ano passado, chegou-se às raias do absurdo: defeito nos cintos de segurança utilizados por duas montadoras só foram revelados graças ao trabalho de reportagem de um jornal paulista. A notícia espantou meio mundo e repercutiu mal no exterior, onde leis severas impõem respeito ao consumidor.

Esperava-se que o titubeio e o zelo excessivo com a imagem não se repetissem. Infelizmente, porém, a atual operação de recall mostra as mazelas de sempre. Novamente foi como se alguém puxasse a ponta de um novelo. No domingo de carnaval, com as atenções voltadas para os festejos de Momo, a GM anunciou o recall de veículos da linha 2002 para corrigir problemas no sistema de freios a disco. Em seguida, descobriu-se que as quatro maiores montadoras são clientes do mesmo fornecedor, a multinacional alemã Continental Teves. Longe de estar restrito à linha GM, o problema atinge também produtos da Fiat, da Volkswagen e da Ford, um universo de quase 100 mil veículos. As fábricas garantem que só foram informadas pela Continental na última sexta-feira. Não importa o jogo de empurra. O certo é que a revisão de 23 mil carros da GM transformou-se numa megaconvocação de proprietários jamais vista no país.

De uma vez por todas: recall é símbolo de transparência e de respeito. Falhas de montagem e defeitos em peças fornecidos por terceiros são ossos do ofício. Mas, quando detectados, devem ser imediatamente divulgados. Atrasos e delongas colocam vidas em perigo. Nos Estados Unidos, de dois anos para cá, acumulam-se na Justiça ações contra a Firestone, acusada de sonegar informações sobre gravíssimos defeitos em pneus para picapes. Não sem motivo, o Ministério Público, através do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, decidiu abrir processo para apurar as responsabilidades da Continental. Afinal de contas, está-se falando de sistema de freios a disco. Segundo os comunicados das montadoras, o equipamento não bombeia como deveria. É bem provável que os carros defeituosos não parem no caso de freadas bruscas. O freio também pode falhar em pistas de descida.

Uma coisa é um cinto de segurança se deslocar no caso de acidente, outra muito mais dramática é a possibilidade de pane no sistema de freios. O mínimo de bom senso recomenda que os proprietários encostem seus veículos à espera da revisão compulsória. E o mesmo bom senso exige que as montadoras sejam mais ágeis e eficientes nas operações de recall. Nada justifica o atraso nas convocações. Existe melhor marketing do que o respeito à vida dos consumidores?


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02/15/2002


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