Paim condena represálias a propostas de sua autoria



O senador Paulo Paim (PT-RS) reiterou nesta terça-feira (3), em Plenário, que votará -com certeza absoluta- contra a medida provisória que estabeleceu em R$ 260 o novo valor do salário mínimo. E lamentou notícias segundo as quais propostas de sua autoria - como o Estatuto de Igualdade Racial e o Estatuto do Deficiente - poderiam ser rejeitadas por parlamentares governistas, em represália contra o seu voto na questão do mínimo.

- Se não aprovarem os estatutos, não é a mim que estarão retaliando, mas sim àqueles que seriam beneficiados. Isto é de uma irresponsabilidade tão grande que eu fico indignado - afirmou Paim.

O senador disse ter ficado muito triste ao ver na quarta-feira antigos companheiros na defesa de um aumento maior para o salário mínimo apoiarem, na Tribuna da Câmara, a medida provisória editada pelo governo. Ele previu, no entanto, que no Senado -o quadro será outro-. A seu ver, o salário mínimo é um instrumento de combate à miséria e à pobreza em um país campeão mundial de desigualdade social.

- Espero que no Senado, onde prevalece o bom senso, a gente vá construir uma proposta alternativa que não exclua os aposentados e pensionistas - disse Paim.

Ele disse estar preocupado com notícias de que o governo planeja reeditar os salários mínimos regionais e estabelecer um valor diferenciado para os trabalhadores da ativa e para os aposentados. Ele recordou o seu posicionamento histórico em favor do aumento do mínimo e disse que sua própria família não entenderia uma mudança no seu comportamento a respeito do tema.

Em aparte, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) apresentou sua -total solidariedade- a Paim. Por sua vez, Eduardo Suplicy (PT-SP) pediu respeito às posições de quem esteja em desacordo com o governo. A senadora Fátima Cleide (PT-RO) disse que respeita a -luta histórica- de Paim pelo aumento do valor do salário mínimo.



03/06/2004

Agência Senado


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