Paim defende a adoção de políticas de inclusão social
O senador Paulo Paim (PT-RS) saudou nesta sexta-feira (24), em Plenário,a realização da 2ª Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência, promovida pelo Senado Federal, e defendeu a adoção de políticas de inclusão social pelo governo e pela sociedade. O senador pelo PT gaúcho disse que apresentará projeto determinando que as verbas da União só poderão ser destinadas àqueles setores que promovam o chamado "corte de diferenças", por meio do qual são implementadas iniciativas que favorecem o ingresso de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Paim também destacou algumas iniciativas adotadas pelo Senado nesta semana, como a inauguração da sala de acessibilidade da Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho, que dispõe de computadores adaptados por meio dos quais os portadores de deficiência poderão ter acesso ao acervo digital em áudio e texto da instituição. Também está prevista a abertura de uma sala para leitura em braile na Secretaria Especial de Editoração e Publicações da Casa. Paim ressaltou ainda a participação de artistas da Rede Globo de Televisão e de representantes de organizações não-governamentais (ONGs) na semana. O evento prossegue até as 17h deste domingo (26), quando se encerra exposição que está aberta ao público no Salão Negro do Congresso.
Na avaliação de Paim, o tema da inclusão social está ligado "a uma questão de sensibilidade". De acordo com números citados pelo senador do PT gaúcho em seu discurso, calcula-se que, no mundo inteiro, existam mais de 500 milhões de pessoas com alguma deficiência. Na América Latina, essas pessoas constituem 10 % da população e, no Brasil, só em relação a crianças com deficiência, o número é de aproximadamente três milhões.
- Essas pessoas são relegadas pela discriminação, que não contribui em nada e só prejudica a todos. Muitos acham que as limitações impedem que as pessoas vivam de forma inclusiva. Mas quem não tem alguma limitação de alguma natureza na vida? Eu tenho problema de visão, hipertensão, coluna. Todos nós somos pessoas com algum tipo de deficiência. Ou alguns têm dificuldade de ser solidário e abrir o coração ? - questionou.
Paim citou o exemplo de pessoas que apresentam algum tipo dedeficiência e mantêm destaque na vida profissional, como o escritor brasileiro Marcelo Rubens Paiva, autor de "Feliz Ano Velho". Também lembrou do pianista Ray Charles (1930-2004), que perdeu a visão aos sete anos e tornou-se um dos maiores artistas dos Estados Unidos. E destacou iniciativa do grupo percussionista baiano Olodum, que estaria buscando adesões para um abaixo-assinado em que reivindica a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, de autoria de Paim. A matéria já foi aprovada no Senado e encontra-se em tramitação na Câmara.
Em aparte,o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) parabenizou os organizadores e os participantes da 2ª Semana de Valorização das Pessoas com Deficiência. E afirmou que o requerimento de sua autoria que propõe a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar desvio de recursos por organizações não-governamentais servirá para separar o "joio do trigo" e aperfeiçoar os serviços prestados por essas entidades.
- Não fiz acusação a qualquer ONG. Gosto de fazer a coisa com responsabilidade. A CPI não é política e a investigação tem que ser conduzida com cautela. Fico feliz quando vejo a compreensão das pessoas em salvarem as boas ONGs. A (atriz) Isabel Fillardis sabe disso. Ela participa de uma ONG que presta um extraordinário serviço. As boas ONGs têm que estar protegidas. A nossa intenção é sua inclusão ao sistema, de maneira correta, para ajudar parcelas da sociedade que muitas vezes não têm acesso a gabinetes - conclui o senador pelo PFL do Piauí.24/11/2006
Agência Senado
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