Paim defende aumento do mínimo e uso dos recursos da poupança para gerar empregos e elevar a renda
O senador Paulo Paim (PT-RS) disse que há condições para que o salário mínimo chegue a pelo menos US$ 100 no próximo reajuste que deverá ser anunciado pelo presidente da República para vigorar a partir de maio. O aumento do salário mínimo foi uma das propostas defendidas por Paim como solução para a queda crescente da renda do brasileiro. Ele apresentou a sugestão nesta terça-feira (27), na abertura do seminário Desemprego e Renda - Diagnósticos e Perspectivas, realizado no Senado Federal. Participaram do seminário nesta manhã os professores da Universidade de Campinas (Unicamp), Márcio Pochman, da Universidade de São Paulo (USP), José Pastore, e da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Arbache. Paim argumentou que o salário mínimo é o principal instrumento para reativar o mercado interno. Na sua opinião, a elevação para o patamar de US$ 100 não trará prejuízos para a Previdência Social e não prejudicará as prefeituras. O aumento do mínimo, disse Paim citando estudos do professor da Unicamp, vai beneficiar as prefeituras do interior do Nordeste, onde se concentra a grande maioria de aposentados e pensionistas. Ele disse ter recebido também documento de prefeitos do Rio Grande do Sul solicitando esforços para aprovação de salário mínimo de R$ 300, como estabelece projeto de sua autoria. Paim também afirmou que o superávit de R$ 31 bilhões na Seguridade Social é suficiente para cobrir o impacto com o salário mínimo que ele defende. O senador gaúcho assegurou que apresentará substitutivo para elevar o salário mínimo a pelo menos US$ 100 se o Executivo encaminhar projeto ao Congresso estabelecendo o valor de R$ 260. Ele disse que tem conversado com lideranças e que há espaço no Senado para isso. A utilização de 75% dos recursos da poupança, que atualmente alimentam a especulação financeira, na construção de casas para trabalhadores de baixa renda é outra proposta de Paim para minimizar os efeitos do desemprego. Ele sugeriu ainda medidas para desonerar a folha de pagamento das empresas e a redução da jornada de trabalho, sem redução de trabalho. Paim defendeu a concessão de incentivos fiscais para as empresas que reduzirem a jornada de trabalho e gerarem empregos na mesma proporção.
Segundo o senador, há pesquisas associando o aumento da violência no país ao crescimento do desemprego e à queda da renda. Esses itens, lembrou, são apontados também pelas pesquisas como a preocupação número um da população brasileira. Paim informou que os resultados desse seminário serão compilados em um documento a ser encaminhado ao presidente da República com o objetivo de contribuir para a solução dos problemas.
27/04/2004
Agência Senado
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