Paim defende conservação da Amazônia em Dia Mundial do Meio Ambiente



O Dia Mundial do Meio Ambiente levou o senador Paulo Paim (PT-RS) a lançar, nesta sexta-feira (5), em Plenário, um alerta pela preservação da natureza. O parlamentar fez uma defesa apaixonada da conservação da Amazônia, ressaltando estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) de 2003, que analisa índices de derrubada da floresta. Conforme o senador, o estudo conclui que, mantidas as taxas de desmatamento atuais, 31% da mata estará destruída e 24% degradada até 2023, o que transformará a Amazônia em um grande cerrado até o final do século.

- O Inpe anunciou recentemente que o desmatamento na Amazônia no mês de abril foi de 1.123 quilômetros quadrados e entre agosto de 2007 a abril de 2008 foi de 5.850 quilômetros quadrados - assinalou.

A demanda por alimentos no mundo e o comércio ilegal de madeiras nobres foram identificados por Paim como principais impulsos à devastação na região. O fato de a Amazônia concentrar um quinto da água doce do planeta, reunir de 100 a 300 diferentes espécies de árvores por hectare e abrigar cerca de três mil espécies de peixes em seus rios, conforme relatou Paim, seria mais do que suficiente para exigir pressa na contenção desse desmatamento.

Ao mesmo tempo em que clamou pela conservação da biodiversidade amazônica, Paim destacou ações governamentais com esse objetivo. Assim, citou a criação de um grupo de trabalho para formatar o Fundo de Preservação da Amazônia e a realização do zoneamento econômico e ecológico da região em 2009. E na mesma perspectiva de defesa desse patrimônio natural, listou proposições de sua autoria em tramitação no Senado e na Câmara.

Nesse rol está proposta de emenda à Constituição (PEC 23/08) que exige o aval do Senado para as operações de compra e arrendamento de propriedades rurais na Amazônia Legal. Segundo explicou Paim, sua intenção com a matéria é ampliar a fiscalização do Estado sobre a aquisição por estrangeiros de terras na região, além de determinar o confisco de glebas rurais onde se constate desmatamento ilegal.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) reivindicou um debate racional sobre a situação da Amazônia, que leve em conta uma posição de equilíbrio entre a conservação do meio ambiente e as necessidades do ser humano. Na sua avaliação, equívocos e exageros cometidos ao se retratar a realidade da região estariam contribuindo para inibir qualquer atividade de exploração na área.

O senador José Nery (PSOL-PA) ponderou que o desenvolvimento econômico não deve perder de vista a sintonia com o meio ambiente. E lamentou: "parece não nos comover as catástrofes ambientais em todas as partes do mundo. A ganância não pode passar por cima do direito à vida".



05/06/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Congresso comemora Dia Mundial do Meio Ambiente com manifestações em defesa da soberania na Amazônia

Paim lembra Dia Mundial do Meio Ambiente e pede acordo para votação do Código Florestal

Dia Mundial do Meio Ambiente: Conheça as ações do Rodoanel para proteção do meio ambiente

Raupp alerta para a responsabilidade com a conservação do meio ambiente

Comissão de Meio Ambiente debate conservação da Floresta Nacional de Brasília

Comissão de Meio Ambiente vai debater conservação da Floresta Nacional de Brasília