Paim diz que combater o desemprego é mais importante do que fazer reforma das leis trabalhistas



O vice-presidente do Senado, Paulo Paim, afirmou nesta sexta-feira (12), ao abrir videoconferência com representantes de trabalhadores e empresários sobre as reformas sindical e trabalhista, que combater o desemprego é muito mais importante neste momento do que alterar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

- A questão do desemprego é o principal problema do país e se constitui hoje em catástrofe nacional. Não creio que a reforma sindical e trabalhista seja tão urgente ou que possa socorrer a classe trabalhadora da emergência que a aflige hoje, que é o desemprego - afirmou.

Paim também advertiu para a inconveniência de alterar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT):

- A CLT é um patrimônio nacional e por muitas décadas garantiu a segurança e a tranqüilidade do trabalhador brasileiro; com ela, o Brasil já teve memoráveis períodos de desenvolvimento econômico, com grande oferta de emprego. Ela não pode ser flexibilizada para atender uma onda neoliberal. Na maioria dos países onde isso ocorreu o desemprego praticamente duplicou - esclareceu.

Para tirar o país da crise, o senador disse que é preciso fortalecer o mercado interno, tornar o Mercosul um bloco econômico competitivo no mercado internacional e perseguir a geração de empregos. Para gerar mais empregos, observou, é preciso acabar com as horas-extras, reduzir a jornada de trabalho, combater o trabalho infantil, incentivar o primeiro emprego, diminuir a taxa de juros, fazer a reforma agrária e reduzir encargos sobre a folha de salários.

- Estou mais do que convencido de que não é mexendo nos direitos dos trabalhadores e na questão sindical que nós vamos gerar emprego e aumentar a renda do brasileiro - afirmou.

Essa foi a quarta videoconferência realizada a partir do auditório do Interlegis do Senado Federal, interligando assembléias legislativas onde se concentraram os participantes nos estados. Compondo a mesa em Brasília, além de Paim, estavam José Carlos Ferret Schulte, representando o Fórum Sindical dos Trabalhadores, e Antonio Augusto de Queiroz, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).



12/03/2004

Agência Senado


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