Paim diz que direitos humanos devem fazer parte da agenda corporativa



Em pronunciamento nesta quinta-feira (20), o senador Paulo Paim (PT-RS) disse que os direitos humanos devem fazer parte da agenda corporativa das empresas. Ele explicou que a questão envolve a adoção de uma política de remuneração decente, benefícios às carreiras, cuidados com a saúde e a segurança do trabalhador, melhoria nas condições de trabalho, preparação para a aposentadoria e valorização da diversidade, entre outros indicadores.

Paim destacou a visita que a alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Louise Arbour, realizou no dia 19 à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), primeira empresa do mercado de capitais a aderir ao Global Compact, assim denominado o tratado de responsabilidade social da Organização das Nações Unidas (ONU).

O senador lembrou que a Bovespa também criou o Índice de Sustentabilidade Empresarial e que, a partir do ano que vem, terá um curso sobre direitos humanos específico para as corporações.

- O Brasil com certeza ainda não atingiu o ideal no que tange às questões humanitárias, mas muitas de nossas empresas têm se comprometido em alcançar esse ideal. Como podemos perceber, aos poucos a sociedade vai se dando conta da importância dos direitos humanos; aos poucos vamos entendendo que os direitos sociais, civis e econômicos fazem parte dos direitos humanos - disse.

São Francisco

Em seu discurso, Paim apelou ao bispo católico de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, para que não continue com a greve de fome em protesto contra o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco. Na noite do dia 19, o religioso foi recolhido a um hospital de Petrolina (PE), após ter sofrido um desmaio ao ser informado da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar a retomada das obras de transposição.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu que, na retomada dos trabalhos legislativos, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), presidida por Paim, realize um debate sobre a transposição do São Francisco com a participação de dom Luiz Flávio Cappio.

Já o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), também em aparte, criticou a atitude do bispo.

- Considero-a antidemocrática porque ele não busca o diálogo. Não buscou debater as idéias e, como religioso, dá um exemplo aos fiéis de que é possível tentar o suicídio. Isso não está em nenhuma doutrina cristã. Acho que o bispo tem de repensar o seu posicionamento e buscar o caminho do diálogo, da democracia e do debate das idéias - disse.



20/12/2007

Agência Senado


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