Paim propõe comissão para examinar discriminação em livro didático



O 1º vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), ocupou a tribuna nesta sexta-feira (14) para apresentar projeto de sua autoria que cria a Comissão Nacional de Avaliação de Material Didático. O órgão terá por atribuição examinar o material destinado às escolas públicas e privadas de ensino básico para verificar se nele são veiculadas informações contendo qualquer forma de discriminação ou preconceito em virtude de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, deficiência, gênero e opção sexual.

De acordo com o projeto, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a comissão será formada por representantes dos órgãos federais encarregados das áreas de educação, cultura, direitos humanos e de minorias e cidadania; dos sistemas de ensino dos estados, do Distrito Federal e dos municípios; de entidades da sociedade civil e personalidades das áreas de defesa dos direitos humanos e das minorias; e de especialistas de notório saber nas áreas de História, Sociologia e Antropologia.

O senador anunciou outra proposição que está apresentando ao Senado com o objetivo de enquadrar os responsáveis pela produção de material didático com conteúdo discriminatório nos crimes imprescritíveis e inafiançáveis, com pena de detenção de três a cinco anos.

Paulo Paim lembrou o debate em torno da denúncia que fez e que provocou a retirada de circulação do livro didático Banzo, Tronco e Senzala , pelo conteúdo discriminatório e preconceituoso contra a raça negra existente na obra. E disse que, depois de comemorar o final feliz para a cultura e a história brasileiras que a denúncia teve, decidiu apresentar um projeto de lei para tornar obrigatório o controle de qualidade dos livros didáticos editados no Brasil.

- A educação é o coração da vida de um povo. Os livros vão dar a formação daqueles que irão dirigir este país - afirmou.



14/03/2003

Agência Senado


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