Paim propõe pauta de projetos para o movimento sindical



O senador Paulo Paim (PT-RS) analisou, nesta quinta-feira (30) alguns projetos que considera fundamentais para a melhoria da renda e das condições de trabalho dos brasileiros. Na sua opinião, essas matérias, em curso no Legislativo, deveriam obter um apoio mais firme e constante das entidades sindicais.

- O dia 1º de maio merece ser celebrado, não só com reflexões e festas, mas, sobretudo, com ações concretas. Creio que está na hora de o movimento sindical brasileiro colocar o bloco na rua, exigir a aprovação de projetos que tramitam aqui no Congresso Nacional e que vão na linha da ação contra o desemprego, contra as falhas na educação, contra a criminalidade. Enfim, projetos que buscam resgatar a dignidade dos trabalhadores e dos aposentados e pensionistas - disse o parlamentar.

Entre esses projetos, ele mencionou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 393/2001, que apresentou em parceria com o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial. Na opinião do senador, uma das formas de combater a crise e o desemprego é justamente reduzindo a jornada.

Estudos do Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Sócio-Econômicos (Dieese) citados pelo senador indicam que a redução de jornada geraria de imediato cerca de 3 milhões de postos de trabalho. Se reduzida, depois, uma hora por ano, até o limite de 36 horas, poderiam ser gerados cerca de 7 milhões de empregos.

- É claro que a criação de novos postos e a redução de jornada de trabalho devem vir acompanhadas de medidas como o fim das horas extras - ponderou o senador, acrescentando que a diminuição da jornada só representaria uma vitória se fosse fruto de um grande entendimento entre empregados, empregadores e governo.

Paim lembrou ainda outras matérias de sua autoria, como o Projeto de Lei do Senado (PLS) 58/2003, que atualiza o valor das aposentadorias e pensões pagas pelo INSS, garantindo aos aposentados a mesma quantidade de salários mínimos a que tinham direito na data em que requereram; a PEC 50/2006, que acaba com o voto secreto; o PLS 296/03, que extingue o fator previdenciário; e a PEC 24/2005, que cria o Fundo Nacional do Ensino Técnico Profissionalizante (Fundep).

- Com a aprovação dessa PEC, nós injetaremos no mercado cerca de R$ 8 bilhões por ano na área do ensino técnico. Se a reativação da economia mundial for tão lenta como se prevê, no Brasil o aumento da taxa de desemprego provocada pela crise vai afetar principalmente a população mais jovem - justificou Paim.

O senador tratou também, em seu discurso, dos 90 anos da Organização Internacional do Trabalho (OIT); do acerto da política de recuperação do salário mínimo aprovada pelo Congresso; e da luta dos trabalhadores rurais do Sul para reivindicar uma série de medidas destinadas a amenizar os efeitos da seca no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.



30/04/2009

Agência Senado


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