Paim recebe do Fórum Sindical dos Trabalhadores documento em favor da unicidade sindical



No exercício da presidência do Senado, o senador Paulo Paim (PT-RS), recebeu nesta quinta-feira (25) representantes do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), que lhe entregaram documento defendendo um modelo de aperfeiçoamento da organização sindical, capaz de reforçar a estrutura, democratizar a gestão e fortalecer as entidades de base, revigorando sua autonomia. Paim deu pleno apoio à proposta e disse que a idéia do governo nesse assunto só divide o movimento sindical.

O documento foi lido pelo presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil, João Domingos Gomes dos Santos, o qual criticou a proposta que o governo deverá encaminhar ao Congresso. Ele afirmou que a proposta do FST mantém a unicidade, o sistema confederativo, a estrutura vigente do custeio com a contribuição sindical, a representação por categoria e não por ramo de atividade, a garantia de exclusividade dos sindicatos na prerrogativa da negociação coletiva e a organização no local de trabalho.

Na leitura do documento, João Domingos afirmou que o projeto em elaboração pelo governo contém ameaças contra os trabalhadores e os sindicatos, assim como "uma concepção divisionista e anárquica, destinada a pulverizar e aniquilar a maioria das entidades existentes, além de retroceder muitas décadas, ao engessar todos com um atrelamento jamais visto".

Tendo realizado uma manifestação sindical com milhares de pessoas em frente ao Congresso Nacional, os representantes do FST anunciaram a Paim que se manterão firmes na luta contra o projeto do governo, "ampliando a denúncia do que se prenuncia e mobilizando cada um dos milhares de dirigentes para esta nova cruzada".

O senador Paulo Paim recebeu o documento reconhecendo que ele foi embasado na linha da criação do emprego, distribuição de renda e crescimento econômico. Ele disse que, nesse momento, não é discutindo reforma sindical ou reforma trabalhista que se vai viabilizar emprego e renda.

- É preciso discutir, sim, redução de jornada, sem redução de salário, e dar incentivos fiscais para aquelas empresas que realmente adotarem a redução de jornada e empregarem novos trabalhadores - disse o senador.

Paim disse também que "esse movimento não é contra ninguém, é a favor do governo e a favor do Brasil". Ele afirmou ainda não acreditar que as reformas trabalhista ou sindical sejam votadas neste ano.

- Isso tudo vai para o ano que vem e, a partir daí, vamos ver qual a melhor proposta e qual a que tem apoio sindical. Eu diria que essa proposta do governo não ajuda nada neste momento. Só divide o movimento sindical - afirmou.



25/03/2004

Agência Senado


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