Paim: Vida longa aos ideais de Brizola!
"Vida longa aos ideais de Leonel Brizola!" Foi com essa manifestação que o senador Paulo Paim (PT-RS) concluiu seu discurso na sessão plenária realizada nesta quarta-feira (21) em homenagem ao falecido líder político, na passagem do segundo ano de sua morte. O senador admitiu que falar de Brizola mexia com suas "emoções" e citou lembranças da infância e momentos de convivência com o fundador do PDT para ressaltar a admiração à pessoa do homenageado, segundo ele o maior político de sua geração.
- Quando vejo passar o filme dos heróis que norteiam a minha vida, vejo bem à minha frente a figura com muita luz de Leonel de Moura Brizola - afirmou.
Paim recordou que, aos 10 anos, ele e amigos suspendiam as brincadeiras para acompanhar as emissões de rádio da Cadeia da Legalidade. Comandado por Brizola, o movimento foi decisivo para assegurar a normalidade democrática em 1961, garantindo a ameaçada posse do vice-presidente João Goulart, diante da renúncia de Jânio Quadros.
O petista disse ser inexplicável que Brizola não tenha chegado à Presidência da República. Segundo ele, desde a infância, o líder já demonstrava a força de quem iria entrar para a História como defensor dos mais pobres, dos negros, dos índios e de outras minorias. Citou poema dedicado ao líder político pelo chileno Pablo Neruda, em que este pede espaço para Brizola, citado como "a brilhante encarnação" das esperanças na América Latina.
Na galeria dos heróis políticos em que situou Brizola, Paim incluiu nomes ilustres que vão de Zumbi a Nelson Mandela, passando por Gandhi e Getúlio Vargas. Para realçar a figura do político, o senador destacou no discurso manchetes de grandes jornais do mundo na ocasião da morte do ex-governador. No Libération, da França, saiu publicado: "De luto a esquerda no mundo: morreu Leonel Brizola".
Ao concluir, o senador lembrou frase do filósofo Auguste Comte, formulador do Positivismo, de que "os vivos são cada vez mais governados pelos mortos".De acordo com Paim, se a máxima fosse seguida pelos homens públicos, o nosso país estaria bem melhor.21/06/2006
Agência Senado
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