País amplia estrutura para prática do atletismo
O secretário Nacional de Esporte Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser, participou na última sexta-feira (15) do Fórum Técnico de Alto Rendimento realizado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), em São Paulo, com a presença de 150 treinadores de 18 estados e do Distrito Federal.
Na abertura, Leyser apresentou a Rede Nacional de Treinamento de Atletismo que está sendo estruturada pelo governo federal. O secretário explicou que a definição das características e de quais serão os centros nacionais e os regionais de treinamento precisa partir da própria modalidade, mas que o governo federal, em parceria com governos estaduais, prefeituras e universidades, está construindo ou renovando estruturas suficientes para que o atletismo conte com vários complexos nacionais de treinamento e uma grande quantidade de estruturas regionais, todas conforme padrões da Federação Internacional de Atletismo (IAAF). Entre estas, citou quatro que já estão concluídas e que contaram com forte investimento federal: o Centro de Treinamento de Atletismo da UFMG, em Belo Horizonte; a pista do Cepeusp, na Universidade de São Paulo; a pista do Cefan, no Rio; e a pista da Escola de Educação Física do Exército, também no Rio.
No estado do Paraná, o Ministério do Esporte e o governo estadual estão iniciando a construção de um centro nacional de treinamento em Cascavel. A estrutura recebeu R$ 15 milhões do governo federal e contrapartida estadual de R$ 3,7 milhões. Também no Paraná, o plano do governo estadual é construir outras 24 pistas espalhadas pelo estado, sendo nove com financiamento federal. A meta do estado é tornar-se a referência nacional do atletismo.
O secretário Leyser acrescenta que o Ministério do Esporte está desenvolvendo um projeto de construção e reforma de pistas de atletismo em universidades federais. Atualmente, são 13 instituições com pistas em estágio de projeto, obras ou acabamento. A da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) está pronta para inauguração. O investimento passa de R$ 90 milhões. Além dessas, há projeto de uma pista na Universidade Estadual de Londrina, com aporte de R$ 7,7 milhões.
Recentemente foi reinaugurada a pista do Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete) de Porto Alegre, na qual o Ministério investiu R$ 1,4 milhão. Em fase final de obras, o complexo de atletismo de São Bernardo do Campo, construído pela prefeitura para certificação nível 1 da IAAF, recebeu aporte de R$ 19,5 milhões do governo federal e contrapartida municipal de R$ 4,8 milhões.
No Complexo Esportivo de Deodoro, maior legado de infraestrutura esportiva do Pan de 2007, a Vale, em parceria com o Ministério do Esporte e o Exército, está finalizando as obras de um centro de atletismo também para certificação nível 1 da IAAF. Ainda no Rio, o governo federal está analisando projeto de recuperação da pista do estádio Célio de Barros, que compõe o complexo do Maracanã. Em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, a pista onde treina o campeão mundial indoor do salto em distância e agora Bolsa Pódio Mauro Vinicius, o Duda, também está com projeto de reconstrução em análise no Ministério do Esporte. Recentemente, o Ministério recebeu proposta da Unesp para construção, reforma ou ampliação de algumas de suas pistas de atletismo espalhadas pelo interior paulista.
O gestor do Ministério do Esporte lembrou que grandes complexos de treinamento multiesportivos que vêm sendo construídos como legado olímpico também contam com instalações de atletismo, como o Centro de Formação Olímpica do Nordeste (CFO), em Fortaleza, com investimento federal de R$ 200 milhões e estadual de R$ 26,8 milhões; e o Centro Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo, com recursos federais de R$ 145 milhões e estaduais de R$ 135 milhões.
Somando todo o projeto de atletismo em andamento e as instalações multiesportivas que também atendem à modalidade, o montante de investimento direto do Ministério do Esporte passa de R$ 800 milhões, sem somar o centro que a Vale está erguendo em Deodoro, com recursos da Lei de Incentivo ao Esporte.
O secretário citou ainda o projeto dos Centros de Iniciação ao Esporte (CIE), que deverá ter aproximadamente 180 unidades com pistas de iniciação ao atletismo. No total, o Brasil terá cerca de 270 CIEs espalhados por todo o país, com recursos de R$ 830 milhões do PAC. “O legado olímpico já pode ser visto país afora”, finalizou o secretário.
Planejamento do atletismo para o longo prazo
Os temas do fórum técnico da CBAt foram propostos pelos profissionais em reunião específica feita pela confederação durante o Troféu Brasil/Caixa de Atletismo, em junho. Entre os temas, Aprimoramento dos critérios de convocação de atletas para eventos oficiais; Programas de treinamento e competição no Brasil e no exterior; Formatação do Banco de Dados com informações de atletas e treinadores; Instituição da Escola Nacional de Treinadores de Atletismo; Elaboração do Ranking Brasileiro de Treinadores de Atletismo; e Definição dos Centros Nacionais de Treinamento.
A coordenação técnica dos trabalhos ficou a cargo do superintendente de Alto Rendimento da entidade, Antônio Carlos Gomes, que, ao lembrar que foi a primeira vez que a confederação fez um fórum específico para treinadores, comentou: "Foi uma oportunidade fundamental para a discussão de assuntos importantes que resultarão não só nas diretrizes para o triênio 2014/2016, mas também para um trabalho de mais longo prazo".
Fonte:
18/11/2013 17:02
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