País avança nas negociações para abertura do mercado de carnes, diz ministério
A missão à Indonésia, Malásia e Japão do diretor de Assuntos Sanitários e Fitossanitários do Ministério da Agricultura, Otávio Cançado, terminou na terça-feira (31). “O balanço da viagem é positivo porque a nossa presença nesses países é a garantia de que eles vão dar retorno das missões e das viagens realizadas ao Brasil”, avalia o diretor. O País conseguiu avançar nas negociações para a abertura do mercado de carnes bovina, suína e de aves.
Na Malásia, o diretor do Ministério da Agricultura recebeu a informação de que dois frigoríficos de carne bovina foram habilitados a exportar para o país asiático, um deles localizado em São Paulo e outro em Goiás. A autorização é o resultado das inspeções realizadas em fevereiro deste ano, pelas autoridades sanitárias da Malásia, a frigoríficos brasileiros. Ao todo, 22 indústrias de aves e duas de bovinos foram auditadas.
“As autoridades informaram que, do ponto de vista sanitário, todos os frigoríficos de aves foram aprovados. Houve restrições somente quanto aos requisitos específicos da Malásia para abate halal”, explica Cançado. “Técnicos da Malásia virão ao Brasil para dar o treinamento e adequar o abate para possibilitar as exportações de aves ao país”, afirma. As unidades de carne bovina foram aprovadas em ambos os aspectos.
Durante reunião na Indonésia, com técnicos do Ministério da Agricultura, também ficou acertada a vinda de representantes até o fim do ano ao Brasil para habilitar frigoríficos brasileiros para exportação de carne de peru.
Em Tóquio, ficou acertada a vinda de uma missão japonesa ao Brasil na segunda quinzena de agosto. A viagem foi definida depois de reunião com técnicos do Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão. O objetivo da missão é verificar o sistema de inspeção brasileiro para liberar as vendas de carne suína.
Além disso, o diretor concluiu a negociação de um novo certificado sanitário para aves com o Japão. O documento garante que, em caso de ocorrência de qualquer foco de doença, somente a área afetada ficará restrita a exportar e não o País inteiro, como acontece hoje. O Brasil já é o principal fornecedor de carne de aves para o Japão. Em 2010, a receita com carne de frango exportada para o país asiático ultrapassou US$ 200 milhões.
Abate halal
Praticado pelos islâmicos, o abate halal envolve princípios tais como o bem-estar animal e as questões sanitárias. O ritual de abate do boi ou do frango deve ser feito apenas pela degola, para garantir a morte instantânea do animal. Todos os procedimentos com o abate devem ser realizados por um muçulmano praticante, em geral árabe, treinado especificamente para essa função.
A certificação do produto halal, que hoje alcança mercados no Oriente Médio, África e Ásia, é feita há mais de 30 anos por empresas especializadas. Em todo o mundo, o mercado halal é estimado em mais de US$ 400 bilhões, com crescimento de 15% ao ano.
O Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura não atua em certificações de cunho religioso. No entanto, todo estabelecimento, independentemente do tipo de abate realizado, conta com fiscais que examinam as áreas dos matadouros e frigoríficos e verificam o cumprimento de programas relativos à higiene, à documentação do estabelecimento e às condições de saúde do animal.
Fonte:
Ministério da Agricultura
01/06/2011 16:00
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