País inicia nova relação comercial com a China, afirmam integrantes da missão brasileira



O Brasil está iniciando uma nova relação comercial com a China, afirma o ministro do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Fernando Pimentel. O ministro integra, ao lado do titular da pasta de Ciência e Tecnologia (Aloizio Mercadante), a delegação que acompanha a presidenta Dilma Rousseff em sua viagem oficial à China, entre os dias 11 e 15 de abril.  

O objetivo do Brasil agora, diz Pimentel, é exportar para a China produtos com valor agregado. “O esforço é nessa direção. Esse tipo de relação se faz também entre as empresas”, disse. De acordo com Pimentel, o principal sinal desta mudança é a presença da presidenta Dilma em Pequim, liderando uma delegação de cerca de 300 empresários brasileiros que debateram o incremento comercial entre os dois países. 

O esforço brasileiro já começou a dar resultados. Nesta segunda-feira (11), no primeiro dia da visita de Dilma ao país, o governo chinês abriu pela primeira vez seu mercado à carne suína produzida por três frigoríficos brasileiros. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a liberação ocorre cinco meses após uma missão chinesa vir ao Brasil, para inspecionar 13 indústrias.  

“Com a aprovação das indústrias de suínos do Brasil, estamos cumprindo parte da missão que a presidenta Dilma Rousseff nos deu, de ampliar a venda de produtos de maior valor agregado”, afirmou, em nota, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que também faz parte da comitiva presidencial.

 

Inovação 

Para o ministro Mercadante, as empresas chinesas estão interessadas na experiência brasileira de biocombustíveis, ciência, tecnologia e inovação. Ao mesmo tempo, explicou, o Brasil tem interesse em nanotecnologia.“Temos um longo caminho a percorrer. Existem áreas de interesse da China e outras do Brasil”, afirmou o ministro. 

A delegação de empresários brasileiros tem à frente o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. Ao todo, 24 empresas e 10 entidades empresariais integram a comitiva, que terá as presenças do secretário-executivo do Mdic, Alessandro Teixeira, e do presidente da Apex-Brasil, Maurício Borges.  

As empresas brasileiras representam os setores de alimentos (carnes, frutas, laticínios, café, mel e vinho) e moda (calçados, componentes para calçados e joias) e se reunirão com empresas chinesas e de cinco países do sudeste asiático (Indonésia, Malásia, Cingapura, Vietnã e Tailândia) para rodadas de negócios em Hong Kong. 

As entidades empresariais que integram a missão também terão encontros com representantes do governo chinês. “Temos feito um investimento contínuo no mercado asiático para aproveitar o aumento de renda e o interesse crescente por produtos de qualidade e alto valor agregado”, declara Alessandro Teixeira.


Relação 

Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do País. Em 2010, o Brasil exportou US$ 30,785 bilhões para os chineses e importou US$ 25,593 bilhões, resultando em superavit de US$ 5,192 bilhões. No ano passado, as vendas externas para a China cresceram 46,57% em relação ao exportado em 2009, que totalizou US$ 21,003 bilhões. 

Os principais produtos brasileiros comprados pelos chineses no primeiro bimestre de 2011 foram minérios de ferro não-aglomerados (US$ 2,115 bilhões), óleos brutos de petróleo (US$ 712 milhões), minérios de ferro aglomerados (US$ 319 milhões), pasta química de madeira (US$ 170 milhões), ferronióbio (US$ 82,731 milhões), outros grãos de soja triturados (US$ 52,941 milhões), frangos congelados (US$ 50,012 milhões), pasta química de madeira para dissolução (US$ 38,938 milhões), aviões/veículos aéreos mais pesados (US$ 32,439 milhões) e óleo de soja em estado bruto (US$ 27,134 milhões).

 

Fonte:
Agência Brasil
Blog do Planalto

 

11/04/2011 20:43


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