País tem menor custo da história na emissão de título da dívida pública, diz Fazenda



O governo brasileiro teve o menor custo da história na emissão de um título da dívida pública de dez anos emitido no mercado externo. Na última operação do Tesouro Nacional do Global 2021, realizada no dia 3 de janeiro, a taxa de retorno ao investidor (Yield) chegou a 3,449% ao ano. 

Segundo o coordenador-geral da Dívida Pública do Ministério da Fazenda, Otávio Ladeira, a redução da taxa é o reflexo de um conjunto de elementos econômicos importantes ocorridos nos últimos anos. “Há uma clara tendência de queda da dívida bruta e líquida, as reservas internacionais estão acima de 350 bilhões de dólares, a inflação está sob controle e o crescimento está estável, robusto e constante”, afirmou Ladeira na terça-feira (10).  

O histórico mostra que, desde 1998, essa taxa é decrescente. Em 2010, foram duas emissões. A primeira, em abril, alcançou uma taxa de 5% ao ano (a.a.). A segunda, em julho, atingiu 4,55%. Em 2011, o Global emitido no dia 7 de julho chegou a 4,19% a.a..  

Para Ladeira, o bom resultado da economia brasileira é refletido nas notas das agências de classificação de risco. A Standard & Poor's, em novembro de 2011, elevou a nota de crédito da dívida brasileira de longo prazo em moeda estrangeira de BBB- para BBB e em moeda local de BBB+ para A-.  

A última operação do Global 2021 resultou em US$ 825 milhões, sendo US$ 750 milhões nos mercados europeu e norte-americano, e US$ 75 milhões no mercado asiático. Esses recursos, conforme afirmou Ladeira, devem ser destinados ao pagamento da dívida externa.  

O título foi emitido com cupom de juros de 4,875% a.a. e com spread de 150 pontos-base acima da Treasury (título do Tesouro americano) com vencimento em 15 de novembro de 2021.  

A emissão foi liderada pelos bancos BNP Paribas e Itaú BBA, co-líder BB Securities e colocada ao preço de 110,997% do seu valor de face. A liquidação financeira ocorreu dia 6 de janeiro e os cupons serão pagos nos dias 22 de janeiro e 22 de julho de cada ano, até o vencimento em 22 de janeiro de 2021.  

 

Emissão em reais

Perguntado sobre a possibilidade de emissão de títulos em reais no exterior, o coordenador de operações da Dívida Pública, José Franco de Morais, explicou que o mercado de BRLs tem menor liquidez quando comparado com o dólar e envolve estabilidade da taxa de câmbio. Porém, ele não descartou a possibilidade da operação neste ano. “Em 2012 espera-se que em algum momento a gente possa voltar a acessar esse mercado”, disse.  

“O Tesouro tem como diretriz aperfeiçoar os mercados em dólares e reais para o desenvolvimento de sua curva de juros”, completou Ladeira, ao ser questionado se o governo brasileiro pretende emitir títulos em outras moedas, como o Yuan ou o Euro.  

 

Fonte:
Ministério da Fazenda



11/01/2012 12:11


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