Palestra abre programa de controle do tabagismo



O programa oferecido pela Secretaria de Assistência Médica e Social do Senado (SAMS) aos servidores que pretendem parar de fumar terá início com palestra do pneumologista Celso Antonio Rodrigues da Silva, responsável pelo Programa de Controle de Tabagismo da Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Distrito Federal.

Em entrevista à Agência Senado, o dr. Celso Rodrigues informou que a palestra, intitulada O que todos precisam saber sobre tabagismo, conterá um histórico de quando a Humanidade deu início ao uso do cigarro e quando este foi introduzido no Brasil; a dependência química que o tabaco provoca, tornando difícil, para o fumante, abandonar o hábito sozinho; e os principais males que o vício provoca.

- Essa é a maior causa de morte evitável no mundo. No Brasil, morrem duzentos mil brasileiros por ano, dois mil e seiscentos somente em Brasília, o que dá uma média de oito pessoas por dia, o que é altamente preocupante - salientou o pneumologista, para quem o fumante deve ser tratado como usuário de droga.

O programa tem uma abordagem cognitivo-comportamental, explicou o médico, e mostra que a dependência é física, psicológica e comportamental, "uma espécie de condicionamento". Ele também estimula a pessoa a descobrir as razões que a levam a fumar e como ela pode fazer para parar de fumar, acrescentou.

- Reposição de nicotina e uso do antidepressivo cloridrato de bupropionasão os recursos químicos que podem ser utilizados no tratamento - afirmou Celso Rodrigues.

O coordenador do Programa de Controle de Tabagismo da SES manifestou ainda preocupação com o fato de as indústrias fumageiras estarem focando suas ações em crianças e adolescentes, mediante, inclusive, a difusão do vício em meios de comunicação.

O médico destacou ainda que outro meio muito utilizado para introduzir o jovem no universo do tabaco é o "narguilé", um bule grande de origem asiática que contém tabaco misturado a bebida alcoólica, com sabores de menta, morango e café, entre outros, cujo conteúdo é aspirado por um tubo plástico.

- Cada puxada equivale a dez cigarros - ensinou.

A solução, aponta Celso Rodrigues, está na escola. Ele informou que a Secretaria de Saúde está implantando, juntamente com a Secretaria de Educação do DF, o Programa Saúde na Escola. Dos 40 Centros de Saúde, 28 já estão capacitados a oferecer o programa de controle de tabagismo, com filas de espera que chegam a cem pessoas por centro de saúde.Esse programa já foi estendido a empresas públicas e privadas de Brasília. Atualmente, existem 87 empresas privadas cem por cento livres do tabaco e 27 empresas públicas já aderiram ao programa, entre as quais a Câmara dos Deputados, os Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e o da Saúde, a Imprensa Nacional e o Banco Central, entre outros.

Indagado sobre a ênfase a ser dada, em 2009, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), na propaganda visual das carteiras de cigarro, considerada pela organização como estratégia eficaz de combate ao vício, Celso Rodrigues explicou que levará para a palestra no Senado as novas imagens.

- Elas são bem mais agressivas, bem mais realistas do que as anteriores - informou.

História

O cigarro começou a ser utilizado em escala mundial a partir da metade do século 20, segundo informou Celso Rodrigues, com a sua produção pela Philip Morris International e a Souza Cruz, subsidiária da English American Tobacco, fundada em abril de 1903 no Rio de Janeiro.

- Até 1915, 1920, o uso era eventual. No Brasil, ele foi introduzido durante a Segunda Guerra Mundial, quando os aviões americanos lançavam pacotes de cigarros para os soldados para diminuir a tensão - disse o médico, referindo-se à participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutou junto aos aliados em 1944, no conflito.



17/02/2009

Agência Senado


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