Palocci critica guerra fiscal e pede unificação do ICMS



O Congresso Nacional não deve perder a oportunidade de unificar as legislações estaduais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e desonerar as camadas mais pobres da população, alterando a incidência do tributo sobre gêneros alimentícios de primeira necessidade e medicamentos.

Ao defender essa posição, em audiência pública nesta quinta-feira (9), como um dos objetivos importantes da reforma tributária, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, sugeriu aos senadores da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) que a questão de se alterar a tributação do ICMS, do estado de origem para o de destino da mercadoria, um dos pontos polêmicos da reforma, seja discutida em outra oportunidade.

O ministro lembrou que o ICMS é o tributo de maior arrecadação no país e que a redução desse imposto indireto é o melhor caminho para beneficiar a população mais pobre.

- Mexer no Imposto de Renda não altera a tributação das famílias pobres. Apenas 6,5% da população economicamente ativa pagam Imposto de Renda - afirmou.

Guerra fiscal

Palocci condenou o comportamento dos estados que estão anunciando benefícios fiscais às importações. Disse que a reforma precisa superar esse tipo de guerra fiscal, que é -altamente negativo para o Brasil, gerando perda significativa de empregos no país-, porque gera distorções que prejudicam a produção nacional.

O ministro afirmou que essa decisão traz reflexos negativos no desempenho das contas externas do país num momento em que o déficit em transações correntes aproxima-se de zero e a perspectiva é de um saldo recorde na balança comercial deste ano, no valor de U$ 22 bilhões. A melhoria do balanço de pagamentos tem propiciado, segundo Palocci, a redução do risco Brasil e permitido que as empresas brasileiras que rolavam apenas 25% dos seus compromissos no exterior consigam hoje refinanciar 130%.

Entre os pontos que estão sendo negociados no Senado, Palocci manifestou sua posição contrária à proposta de mudança do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional, como mecanismo de transferência direta de renda para os estados. Para ele, a partilha dos recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) atende o que querem os governadores em termos de obtenção de recursos.

A proposta que está sendo discutida pelos senadores de adotar um Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) seletivo, sobre três a quatro produtos, enquanto o ICMS incidiria sobre os demais itens que são tributados pelo IPI, recebeu apoio do ministro. Para ele, é possível construir um sistema equilibrado que não implique perdas para a União e para os estados.



09/10/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Wilder Morais critica unificação da alíquotas do ICMS

Secretário do Mato Grosso do Sul critica unificação de alíquotas de ICMS

Vídeo | Ferraço critica proposta de pacto federativo com unificação do ICMS

Especialistas pedem fim da 'guerra fiscal' com utilização do ICMS

Jucá pede unificação de regras do ICMS

SUBCOMISSÃO DA "GUERRA FISCAL" OUVE PRESIDENTE DA COMISSÃO DO ICMS