Papaléo ainda vê problemas no atendimento a pacientes renais
As duas audiências públicas realizadas pela Subcomissão Temporária da Saúde, durante as quais foram ouvidas oito pessoas, mostraram a preocupação do governo com os problemas enfrentados pelos pacientes renais crônicos, mas também comprovaram que as soluções ora encaminhadas não são suficientes para resolvê-los. A avaliação foi feita pelo presidente da Subcomissão, senador Papaléo Paes (PMDB-AP). O colegiado está analisando, desde o dia 4 deste mês, denúncias de prestadores de serviços e usuários de hemodiálise sobre a deterioração na qualidade do atendimento oferecido aos pacientes renais crônicos. As clínicas estão reclamando do baixo valor que o Sistema Único de Saúde (SUS) paga como ressarcimento por cada sessão de hemodiálise. Os pacientes temem uma piora ainda maior no atendimento. Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI), relator da Subcomissão Temporária da Saúde, destacou que um dos grandes problemas do atendimento aos pacientes renais é que 96% dos serviços de hemodiálise são feitos por clínicas privadas e o governo não dispõe de recursos para remunerá-las de forma adequada. Diante da necessidade de remanejamento de gastos do governo, ele sugeriu a extinção de -ministérios que não têm finalidade e não se sabe para que foram criados-. Já o senador Marco Maciel (PFL-PE) registrou que não pode se repetir o fato ocorrido em Caruaru (PE), em 1996, quando 42 pacientes que se submetiam a tratamento hemodialítico morreram. Ele comentou que, a exemplo da Aids - quando o Brasil enfrentou o problema e tornou-se referência para o mundo com as soluções encontradas - o Senado poderá contribuir para resolver definitivamente o problema dos doentes renais crônicos.
Câncer Papaléo também chamou atenção sobre a relação entre o tabagismo e o câncer de pulmão. Ele informou que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 90% dos casos de câncer de pulmão atingem fumantes ou ex-fumantes. O senador lembrou ainda que existe correlação entre o hábito de fumar e os tumores na boca, laringe, faringe, pâncreas, rins, bexiga, esôfago e colo de útero. - O combate ao tabagismo deve ter todo o empenho do Estado e dos cidadãos conscientes, e não somente as autoridades do setor da saúde. O episódio do recuo da Lei para que uma prova de automobilismo pudesse ser realizada em São Paulo é um triste exemplo do que não deve ocorrer - afirmou Papaléo.
O senador pelo Amapá também elogiou a liberação, pelo Ministério da Saúde, de R$ 1,87 milhão para a construção da segunda etapa do Hospital do Câncer de Macapá. Ele informou ainda que já está garantida a quantia de R$ 7,5 milhões para a aquisição de equipamentos hospitalares, como divulgado pelo Diário do Amapá em 19 de maio.
16/06/2003
Agência Senado
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