Papaléo aponta carências na infraestrutura do país e acusa o governo de fazer propaganda e agir pouco



Ao apontar, em discurso nesta quinta-feira (17), os problemas que o Brasil enfrenta no setor de infraestrutura, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) perguntou como um país pode crescer se sua administração não oferece as condições necessárias para tanto. Ele citou dados do tribunal de Contas da União que apontam uma "baixa execução orçamentária dos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)" e lamentou que haja "muita propaganda e pouca ação" no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma área em que o país é tão carente.

Papaléo lembrou apagão no setor elétrico, que deixou sem energia 2/3 dos estados brasileiros, dizendo que é fácil colocar a culpa em eventos climáticos e que "situações atmosféricas adversas devem estar previstas na implantação dos equipamentos de transmissão de energia".

Outro setor "que não merece a confiança dos brasileiros", disse o senador, é o aeroportuário. Ele lembrou a pane geral ocorrida entre 2006 e 2007 no transporte aéreo, e alertou para o que pode ocorrer na Copa do Mundo de 2014 e na Olimpíada de 2016, quando o setor será exigido muito além do normal. Embora a Infraero tenha anunciado investimento da ordem de R$ 7 bilhões em 16 aeroportos, Papaléo assinalou que o governo "promete investir, mas descumpre o orçamento por ele mesmo elaborado, como forma de exibir um bom resultado fiscal".

Papaléo citou artigo do economista Alex Ricciardi, na revista Imprensa de agosto deste ano, com o título "Sinal vermelho", em que este afirma que a situação dos transportes no Brasil - seja de carga ou de passageiros, em suas diferentes modalidades: rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos - é preocupante. No artigo, disse o senador, o economista afirma que os transportes "sofrem com a incapacidade do poder público de organizar, projetar, investir e executar obras que beneficiem o setor".

O senador criticou a predominância no Brasil, dada a sua extensão territorial, do modal rodoviário, sobre o ferroviário e o hidroviário. Quase 60% das cargas são transportadas por caminhões e apenas 25% por trens, disse o senador, salientando que modalidade rodoviária é antieconômica para grandes distâncias, chegando a acrescentar 19% ao preço bruto dos produtos. Além disso, a frota do país tem média de idade de 17 anos - o que a torna ineficiente -, contra uma média de 7,2 anos nos Estados Unidos.

Papaléo lamentou ainda que a construção de estradas esteja virando uma disputa com os defensores do meio ambiente. Segundo ele, alguns estados são um canteiro de obras paralisadas por questões de impacto ambiental. Ele criticou o Ibama por bloquear obras necessárias em seu estado, o Amapá, justamente um dos que tem sua cobertura florestal preservada em praticamente 100%.

- Esse é um fator que deveria ser ponderado nos processos de licença ambiental para a construção de rodovias ou ferrovias - disse o senador.

O parlamentar também defendeu o desenvolvimento do transporte hidroviário, "três vezes mais barato do que o ferroviário".

17/12/2009

Agência Senado


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