Tasso Jereissati acusa governo de desqualificar críticas e de fazer 'lavagem cerebral' pela propaganda maciça
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) acusou nesta quinta-feira (12) o governo de exagerar na propaganda, tentando impor aos brasileiros a idéia de que "tudo no Brasil está bem e nada está errado" e que as críticas partem de "uma elite" e, portanto, "devem ser desqualificados imediatamente", sem entrar no mérito de tais críticas. Para ele, o excesso da propaganda do governo trata-se de uma "verdadeira lavagem cerebral".
- O excesso de publicidade entra na área da lavagem cerebral. É para passar a idéia de nada está errado no Brasil, que tudo está certo e maravilhoso. Que a economia vai muito bem, que se acabaram as desigualdades, os problemas na educação e na saúde. Qualquer coisa fora disso seria conspiração de uma elite - disse o senador da oposição.
Tasso Jereissati sustentou que o governo tanta desqualificar qualquer crítica, numa atitude "de autoritarismo" que lembra a época do regime militar. A seu ver, a prova aplicada pelo Enade mostra claramente propaganda subliminar, quando o Ministério da Educação introduziu uma questão em que o estudante, para acertar, teria de concordar com a frase de Lula de que a crise no Brasil teria sido uma "marolinha" e que a imprensa teria exagerado ao criticar o presidente pela frase.
Para o senador, o fato de ter havido um apagão de tamanha extensão, na terça-feira (10), é prova de que nem tudo está bem e que o governo, ao invés de admitir que pode existir problemas, culpou o clima pelo apagão elétrico.
- O governo parte logo para desqualificar, para fazer comparações, mudando o foco. Está ficando quase uma obsessão do governo: mentir em qualquer circunstância, desde que seja mantida a idéia imposta de que este o Brasil é o melhor país do mundo, que nada começou antes do presidente Lula, que tudo começou depois de Lula. Esta é uma visão totalitária - acrescentou Tasso Jereissati
A comentar o apagão elétrico, o senador oposicionista lembrou que governo tratou de dizer que a causa de tudo teriam sido raios no estado de São Paulo, mas a hipótese foi questionada por especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
- Será que o maior sistema de transmissão de energia do Brasil não está preparado para tempestades e raios? É inacreditável. Isso uma brincadeira. Eles nos tratam de maneira que todos nós fiquemos idiotizados, como se não tivéssemos capacidade de compreender as coisas ou de enxergar a um palmo adiante no nosso nariz - continuou.
Em aparte, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) observou que a pergunta sobre a "marolinha" contida no Enade é uma "propaganda subliminar" e qualquer estudante, que se sentir prejudicado, pode questionar o seu conteúdo, pois de trata apenas de opinião. Ele questionou se uma crise que tirou um milhão de empregos dos brasileiros pode ser chamada de "marolina". Virgílio considera que esse tipo de propaganda faz parte do rol das "técnicas fascistóides". Também apoiaram o discurso de Jereissati os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Mário Couto (PSDB-PA) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
12/11/2009
Agência Senado
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