Papaléo critica uso de urna eletrônica e relata denúncia de fraude eleitoral no Pará
O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) leu nesta quarta-feira (16), em Plenário, e-mail que recebeu da Promotora de Justiça Eleitoral da 52ª Zona no Estado no Pará, Maria José Vieira Carvalho. Na mensagem, ela manifesta preocupação com a influência de pesquisas de intenção de voto divulgadas próximo ao pleito e com a segurança das urnas eletrônicas, salientando que nenhum país que conheceu o sistema brasileiro optou pela sua importação.
Maria José relata ter votado em determinado candidato a deputado federal, mas ao verificar quantos votos o candidato havia recebido em sua sessão eleitoral constatou que não havia recebido um voto sequer. Ela ainda disse que o mesmo aconteceu na sessão eleitoral em que o seu marido vota. A promotora prossegue assinalando a impossibilidade de uma recontagem de votos no atual sistema de urna eletrônica, pois não há comprovante do voto.
- O que eu lamento muito da reforma - da pífia reforma que foi feita ontem, tudo no corre-corre, sem direito a discussões, a não ser na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde nem todos participam - é que assuntos importantíssimos tenham sido levados, desculpem-me o termo, nas coxas. No sentido de não nos deixarem discutir assuntos importantes como este aqui, que trata das urnas eletrônicas - protestou Papaléo.
Na avaliação de Papaléo, os senadores jamais deveriam ter deixado passar a o uso de urnas eletrônicas sem o registro do voto. Ele disse que não teve oportunidade de discutir e, agora, Câmara dos Deputados tem duas semanas para aprovar.
- Vamos aprovar e acabou-se. Outra vez não fizemos a reforma eleitoral que pretendíamos fazer. Infelizmente - lamentou.
Papaléo esclareceu que não agia como "inquisidor de nenhum dos relatores" da reforma eleitoral. Ele observou que os relatores "pegaram o bonde andando" e não tiveram o direito de fazer todas as discussões necessárias. O senador também disse que a questão da internet não foi suficientemente discutida, pois da forma como foi aprovadapoderá gerar grande desigualdade entre os candidatos, com especial prejuízo para os que não dispuserem de muitos recursos.16/09/2009
Agência Senado
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