Papaléo lamenta situação precária das Forças Armadas



O senador Papaléo Paes (PSDB-AP) defendeu o reaparelhamento das Forças Armadas, em pronunciamento nesta quarta-feira (3). Ele lembrou que o Comitê de Formulação do Plano Estratégico Nacional de Defesa deverá divulgar suas conclusões no próximo dia 7 de setembro e disse que os militares estão "desconfortáveis e intranqüilos" com a possibilidade de mudanças radicais na vida dos quartéis.

O parlamentar concordou com a necessidade de reformulações, mas disse ser inadmissível que essas mudanças sejam planejadas sem a participação dos comandantes militares ou que apontem para o desprestígio ou enfraquecimento das instituições. Ele lamentou que o atual governo tenha manifestado "tanto descaso" e "tanta incompreensão" com relação às Forças Armadas, "que vêm perdendo status ao longo dos últimos anos".

O senador lembrou que as frotas da Marinha e da Aeronáutica estão sucateadas e obsoletas, o que gera gastos desnecessários com sua manutenção sem com isso garantir a segurança nacional. Ele considerou deplorável que a maioria dos oficiais das Forças Armadas tenha soldos inferiores aos dos soldados da Polícia Militar do Distrito Federal, o que originou uma evasão de 400 deles nos últimos dois anos.

O representante amapaense contrapôs as riquezas brasileiras, em particular da região amazônica, com a "quase inexistência de uma efetiva Política de Defesa Nacional". O parlamentar também lamentou a má distribuição das unidades militares pelo território nacional: enquanto o país tem duas das maiores bacias hidrográficas do mundo, as do Amazonas e do Paraguai, 80% do contingente da Marinha estão baseados no Rio de Janeiro. Quase 70% dos efetivos das três Forças estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste, apontou ainda Papaléo.

Grampo

No mesmo pronunciamento, o senador pelo PSDB criticou o presidente do Senado Federal, senador Garibaldi Alves, por ter ordenado uma varredura nos telefones da Casa. Para Papaléo Paes, em sua boa-fé, Garibaldi permitiu que o foco da questão saísse da Presidência da República - à qual está subordinada a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cujos servidores estão sendo acusados de gravar conversas telefônicas do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes - e se transferisse para o Senado. Citou manchete do Jornal do Brasil de hoje: "Suspeita já recai sobre o Senado Federal".



03/09/2008

Agência Senado


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