Papaléo Paes aponta desigualdade no acesso ao saneamento básico no Brasil



Citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) afirmou nesta segunda-feira (13), ao discursar em Plenário, que o acesso ao saneamento básico é "extremamente desigual" no Brasil, o que explicita as "profundas desigualdades regionais" que o país enfrenta. Papaléo pediu mais investimentos em saneamento básico, principalmente nas cidades pequenas e nas comunidades mais pobres.

De acordo com o IBGE, disse o senador, 64,1% dos domicílios brasileiros têm o que o instituto chama de saneamento adequado. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2005, acrescentou Papaléo, mostrou que apenas 6,7% dos domicílios da Região Norte com renda per capita de até meio salário mínimo tinham acesso ao chamado saneamento adequado.

No Amapá, disse o senador, somente 5% de todos os domicílios estavam ligados à rede de saneamento. Em Rondônia, 5,1% dos domicílios. Já na Região Sudeste, continuou Papaléo, 71,5% das residências com renda per capita de até meio salário mínimo estavam ligadas ao sistema de saneamento básico.

- Vemos o tremendo disparate entre o país mais adiantado, mais rico, e o país mais pobre, ou seja, Sul/Sudeste e Norte/Nordeste. Por outro lado, em 2007, mais de 90% da população urbana do Sudeste tinha acesso ao saneamento básico. No entanto, a Região Norte apareceu com os piores índices do país. Como podemos verificar, as disparidades são grandes no interior de cada região e maiores, ainda, entre as regiões citadas, que apresentam os níveis de desenvolvimento econômico e social muito desproporcionais - afirmou.

O senador disse ainda que a Pnad 2005 atestou que o acesso ao saneamento básico na Região Norte brasileira é inferior ao de países como Burquina Faso, Níger e Guiné, alguns dos países mais pobres do planeta.

Já de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em estudo realizado em 2007, 54 milhões de brasileiros viviam em unidades habitacionais inadequadas, ou seja, que não dispunham de rede coletora de esgoto ou fossa séptica ou acesso à água canalizada.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse que, quanto mais recursos forem investidos em saneamento básico, mais pessoas deixarão de adoecer.



13/07/2009

Agência Senado


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