Para 74% das famílias, situação financeira melhorou
Cerca de 74% do conjunto das famílias brasileiras afirmam estar melhor financeiramente hoje do que estavam há um ano, de acordo com a segunda edição do Índice de Expectativas das Famílias (IEF), divulgada nesta segunda-feira (27), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Apenas 18% das famílias se dizem em pior situação atualmente do que há um ano. Os dados foram apurados em setembro, em 3.810 domicílios distribuídos em 214 municípios de todas as regiões do País.
A expectativa das famílias sobre a economia é um dos itens que compõem o Índice de Expectativas das Famílias (IEF). Além dele, a situação financeira passada, as perspectivas de consumo, de trabalho e de endividamento fazem parte da composição do índice mensal.
O IEF aponta, em sua segunda edição, que 53,81% consideram agora é a hora ideal para a aquisição de bens de consumo duráveis, contra 37,27% que acreditam que o momento não seja propício para isso.
As regiões Norte e Nordeste têm a maior proporção de famílias que acreditam ter melhorado sua situação financeira, com 81,33% e 78,97%, respectivamente. Em seguida, vem o Centro-Oeste, com 76,49%. Nas regiões Sul e Sudeste, a proporção de famílias otimistas é levemente inferior, apesar de ainda permanecer elevada na escala do IEF, com 71,53% e 70,34% respectivamente.
O maior grau de confiança na melhora econômica do País se encontra entre as famílias com maior rendimento (mais de 10 salários mínimos) e entre os mais jovens. Os homens com ensino superior incompleto, os autodeclarados pardos e aqueles que recebem algum benefício do governo, também se destacam entre os que apresentam maior otimismo com a economia do País.
Empréstimos
Do universo total, 7,1% das famílias entrevistadas planejam tomar empréstimo ou financiamento para adquirir algum bem nos próximos três meses. Não foram registradas grandes diferenças regionais. A proporção de famílias que esperam tomar algum empréstimo é ligeiramente maior no Centro-Oeste (10,5%) e um pouco menor no Sudeste (5,7%).
Cerca de 47,73% das famílias brasileiras pesquisadas declararam não ter dívidas. Em comparação ao rendimento familiar mensal, pouco mais de 10% das famílias responderam estar muito endividadas. Entre os adultos de 30 a 50 anos há maior proporção de pessoas que se consideram muito endividadas, ao passo que pessoas com mais de 60 anos são as que mais declaram não ter dívidas.
De acordo com o relatório, 52,6% das famílias disseram estar endividadas. Dessas, 36,19% disseram que não terão condições de pagar as dívidas.
“O nível de endividamento é normal”, disse Márcio Pochmann, presidente do Ipea. “O dado mais preocupante é o número de pessoas que dizem não ter condições de arcar com suas dívidas.”
Futuro
Sobre as expectativas futuras da situação financeira de suas famílias em 12 meses, 77,32% dos entrevistados acreditam que estarão em melhores condições daqui a um ano, enquanto apenas 7,56% projetam uma piora.
Outra revelação da pesquisa é sobre a expectativa das famílias em relação ao mercado de trabalho: 73% dos responsáveis pelos domicílios dizem estar seguros em sua ocupação atual.
Para Marcio Pochmann, esse patamar é coerente com o observado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), durante a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
No Sul, 91,75% dos chefes de família afirmam estar seguros em sua ocupação atual. Em seguida, o maior grau de otimismo aparece no Centro-Oeste, com 75,57%. Depois, vem: Sudeste (75,23%), Norte (72,68%) e Nordeste (57,77%).
Fonte:
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
27/09/2010 20:34
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