Para Ana Amélia, Dilma deve aproveitar visita à China para defender indústria nacional




A senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou, em discurso nesta segunda-feira (11), que a presidente Dilma Rousseff deveria aproveitar sua viagem à China para solucionar questões comerciais e adotar medidas para proteger a indústria brasileira da entrada ilegal de produtos daquele país.

Ela mencionou o caso da indústria coureiro-calçadista, em que as empresas chinesas que importam para o Brasil estariam praticando um esquema de triangulação. A Câmara de Comércio Exterior havia definido uma sobretaxa de US$ 13,85, a ser cobrada de cada calçado esportivo vindo da China, como medida antidumping para proteger a produção nacional. Para fugir da sobretaxa, explicou Ana Amélia, os chineses estariam falsificando certificados de origem e exportando seus calçados para o mercado brasileiro como se fossem produzidos no Vietnã, na Malásia ou na Indonésia.

A principal evidência da ilegalidade, disse a senadora, é a queda de 62,4% observada nas importações de calçados da China, enquanto em relação à Indonésia, por exemplo, o volume aumentou 238%, sem que se verifique capacidade produtora neste país para explicar o crescimento.

- Seria muito oportuno que o governo brasileiro busque solução para esse problema junto ao governo chinês, aproveitando a visita de Dilma à China - disse.

A senadora afirmou que entidades ligadas à indústria brasileira reclamam pelo fato de não ver por parte do governo brasileiro uma fiscalização mais rigorosa para combater a triangulação e punir tanto a China quanto os outros países que participam da fraude. Ana Amélia observou ainda que, ao mesmo tempo em busca o apoio do Brasil para obter uma cadeira na Organização Mundial de Comércio (OMC), a China não respeita regras.

Ana Amélia também mencionou a situação da carne suína. Nesse setor, existe um acordo comercial de venda entre os dois países desde 2004, mas a China não credenciou os frigoríficos brasileiros que podem exportar para aquele mercado. Com a solução do conflito, segundo a parlamentar, haveria um crescimento de 40% nas vendas de carne suína.

De acordo com a senadora, o Brasil deveria investir na exportação de alimentos para mercados consumidores como o Japão, que é o terceiro maior importador mundial. Apesar disso, apenas 3% das exportações japonesas são provenientes do mercado brasileiro.



11/04/2011

Agência Senado


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