Para Bornhausen, presidente do BB deve ser demitido urgentemente



Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (2), o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), exigiu que o presidente do Banco do Brasil (BB), Cássio Casseb, seja demitido urgentemente. Na sua opinião, Casseb perdeu as condições de ocupar o cargo em função do patrocínio de R$ 70 mil concedido pelo BB para promoção de festa com os cantores Zezé de Camargo e Luciano, que arrecadou fundos para construção da sede nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). Casseb, disse Bornhausen, inclusive confessou que cometeu a irregularidade.
– O PFL exige a saída do presidente do Banco do Brasil e dos diretores que permitiram essa doação por improbidade administrativa e crime eleitoral. É preciso que as providências venham, e com urgência. Da nossa parte, nós tomaremos todas as medidas permitidas para que os responsáveis sejam demitidos e punidos – declarou o senador. Segundo ele, o PFL vai acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o PT, por ter aceito doação de uma empresa pública proibida pela legislação eleitoral, fique um ano sem receber recursos do Fundo Partidário. Além disso, afirmou Bornhausen, o PFL vai solicitar auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), acionar o Ministério Público para verificação dos fatos e entrar na Justiça com ação indenizatória, para que os recursos sejam devolvidos ao BB. Mesmo que o presidente do BB seja demitido, o senador defendeu que ele seja convocado para prestar esclarecimentos ao Congresso Nacional. Caso Casseb não apresente provas convincentes em seu favor, Bornhausen acredita que ele pode sofrer outras penalidades. – A demissão se torna necessária, senão o presidente da República dá cobertura a esse ato imoral e passa a ser co-responsável por essa doação irregular. Isso é um descalabro, um absurdo, uma coisa que não se poderia imaginar na nossa democracia – analisou. Para Bornhausen, a confusão se dá porque o governo fez indicações para a diretoria do banco obedecendo critérios políticos.

– É lamentável preencher politicamente quadros de um banco que precisa atender a toda a sociedade. O Banco do Brasil não é propriedade do PT. Não há porque misturar a coisa pública com a atividade de partido político. A falta de responsabilidade com o dinheiro público permitiu a doação criminosa de R$ 70 mil para a sede do PT – declarou.



02/08/2004

Agência Senado


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