Para Cyro Miranda, sigilo com gastos da Copa servirá 'interesses escusos'
O senador Cyro Miranda (PSDB-GO), em discurso em Plenário nesta terça-feira (21), criticou duramente o Regime Diferenciado de Contratações (RDC), dispositivo incluído na Medida Provisória 527/2011 que determina o sigilo dos gastos com obras e serviços para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. O parlamentar considera impossível acreditar que o RDC traga benefícios ao uso do dinheiro público na preparação do Brasil para os eventos esportivos.
- A verdade nua e crua é que está armado um grande esquema para esbanjar o dinheiro do cidadão brasileiro. O histórico dos eventos internacionais recentes no Brasil depõe contrariamente a qualquer discurso de boas intenções - afirmou, lembrando os casos de superfaturamento nas obras dos Jogos Pan-Americanos de 2007.
Cyro Miranda lembrou que o Brasil foi escolhido há três anos e sete meses como sede da Copa de 2014 e pouco foi feito desde então, o que serviria a "patrocinar o campeonato de interesses escusos". O senador considera que a Copa "será uma porteira aberta para os desvios de recursos públicos" e cada voto favorável à MP 527 contribui para o descrédito do Congresso.
- Parece até que o Brasil, como nunca antes na história de outro país em todo o mundo, tornou-se à prova de Wikileaks, que nenhuma informação mantida sob o sigilo do governo e dos órgãos de controle irá vazar. Como bem observa a jornalista Eliane Cantanhêde, no caso do Agente 007, o 00 significa licença para matar. No do RDC aprovado para a Copa e a Olimpíada, o RD é licença para roubar - disse.
Em aparte, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) salientou que a MP 527 precisa ser analisada detalhadamente pelo Senado e criticou a falta de planejamento nas obras para a Copa.
21/06/2011
Agência Senado
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