Para Flávio Arns, política externa deve enfatizar o humanismo
Durante a audiência pública com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, nesta quinta-feira (27), o senador Flávio Arns (PT-PR) defendeu que o país desenvolva uma política externa que tenha como ênfase o humanismo, voltada para os direitos sociais dos cidadãos. Na sua opinião, a paz está mais diretamente relacionada aos direitos sociais que a questões políticas ou econômicas.
Segundo Flávio Arns, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já demonstrou que a sua política externa - de fortalecimento do Mercosul, de integração à Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e de busca de parcerias com países europeus e asiáticos - deve ter impactos sociais. Nesse sentido, o senador considera que o Itamaraty tem papel fundamental nas mudanças anunciadas pelo governo.
- Tenho a esperança de que ainda possa haver saída diplomática para a retirada das tropas norte-americanas do Golfo Pérsico, já que uma intervenção unilateral não tem o apoio da comunidade internacional. Os líderes dos Estados Unidos e do Iraque são duas personalidades belicosas, com dificuldades de dialogar a favor de uma cultura da paz - analisou o senador.
Celso Amorim concordou com a visão de Flávio Arns de que o Brasil tem como objetivo a criação de uma cultura de paz e de que não haverá uma solução para o Iraque e para o Oriente Médio sem essa perspectiva. A preocupação por uma ação voltada para o social e para o humanismo, continuou o chanceler, faz parte da agenda do governo e foi expressa na sugestão de Lula de criação do Instituto Social do Mercosul.
- A expressão mais forte do humanismo é a tentativa de busca da paz. Não de forma ingênua. Queremos o desarmamento efetivo do Iraque. Se o Iraque tivesse permitido sobrevôos, entrevistas não monitoradas de especialistas e cooperado mais, não haveria a necessidade da Resolução nº 1.441 e o Iraque estaria em outra situação - avaliou Amorim.
27/02/2003
Agência Senado
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