Para Jefferson Péres, trabalhadores correm risco com mudanças que flexibilizam CLT



O projeto de lei do governo que torna mais flexíveis as regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) representa, na opinião do senador Jefferson Péres (PDT-AM), um risco sem a contrapartida do benefício. "Estamos fazendo uma mudança arriscada na lei, sem termos a segurança de que isso terá um benefício social com a redução do desemprego", alertou o senador, em entrevista nesta quarta-feira (27) à Agência Senado.

Para o senador, categorias profissionais cujos sindicatos carecem de representatividade e capacidade de mobilização podem sair perdendo com a ampliação do poder de negociação entre patrões e empregados e a prevalência dos acordos coletivos sobre alguns aspectos da CLT.

- Se o Brasil fosse a Bélgica, com desenvolvimento e sindicatos fortes, eu votaria a favor da proposta. Não vejo nenhum inconveniente na via negocial para mudar a lei - afirmou o senador. - Mas o Brasil é um país em grande parte ainda subdesenvolvido, com sindicatos cartoriais, ou seja, que não têm representatividade em muitas regiões e até mesmo nas grandes cidades. Muitas vezes serão grupelhos de pelegos que dominam os sindicatos que vão fazer mudanças falando em nome da categoria que na verdade eles não representam - acrescentou.

No entender do senador, o governo deveria retirar a urgência para a tramitação da matéria, que, aprovada pela Câmara, está em discussão no Senado nas comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Assuntos Sociais (CAS). "O mínimo que se espera do governo é que retire a urgência constitucional e deixe que a matéria seja discutida amplamente na Casa e votada sem pressa", diz Jefferson Péres. "Não estamos numa recessão. O país não está em crise. Por que a pressa então?", indaga o senador.



27/02/2002

Agência Senado


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