PARA LAMPREIA, INTERVENÇÃO EXTERNA NA COLÔMBIA NÃO TERÁ EFEITO POSITIVO



O ministro das Relações Exteriores, Luiz Felipe Lampreia, disse nesta quarta-feira (dia 25), em depoimento à Comissão de Relações Exteriores (CRE), que o Brasil não acredita que qualquer intervenção externa na Colômbia vá ter efeito positivo. Ele afirmou ainda que o governo brasileiro, baseado nos princípios da não-intervenção e do respeito à soberania, tampouco irá se oferecer a intermediar negociações entre a guerrilha e o governo colombianos e que só irá fazê-lo caso haja uma solicitação formal daquele país.Lampreia, que foi convidado pela CRE para falar sobre o assunto, destacou o fato de o presidente da Colômbia, Andrés Pastrana, estar empreendendo esforços para negociar a paz em seu país, com perspectivas de avanços nas conversações. Para ele, qualquer especulação sobre ingerência internacional nos assuntos internos da Colômbia é indevida.O ministro fez uma avaliação dos problemas enfrentados pelo país, que convive com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) há mais de 40 anos. Lampreia confirmou que os movimentos têm bases territoriais significativas, porém, com exceção do narcotráfico, não controlam áreas de grande atividade econômica.- Não estamos próximos de um cenário de ameaça territorial do Brasil ou ameaça regional. Essa posição é compartilhada por nossos vizinhos e parceiros - avaliou o ministro, que manifestou seu apoio a uma solução institucional dentro da normalidade democrática.O chanceler informou que recebeu do general Barry McCaffrey, responsável pela agência norte-americana de combate às drogas, garantias de que não há qualquer hipótese de intervenção militar direta dos Estados Unidos na Colômbia. Lampreia admitiu que o problema da produção de drogas na Colômbia é complexo. Cerca de 90% da cocaína consumida nos Estados Unidos têm origem colombiana.

25/08/1999

Agência Senado


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