PARA LAURO, A CRISE MUDIAL É CAUSADA PELO CAPITAL SELVAGEM
A crise que atinge o mundo e o Brasil hoje é decorrente do excesso de capital selvagem, alertou nesta quarta-feira (dia 4) o senador Lauro Campos (PT-DF), para quem "não conseguimos enxergar essa verdade porque não abrimos nossas mentes". O senador lamentou que a partir da década de 50 as universidades retiraram de seu currículo o estudo da crise capitalista, optando por estudar o desenvolvimento econômico. Segundo Lauro, que tem mais de 50 anos de magistério, esse programa não permite que as pessoas tenham uma visão acertada da conjuntura.O senador fez um retrospecto das várias crises do capitalismo e ressaltou que para estudar corretamente esse assunto deve-se retomar Karl Marx. Sem isso, acrescentou, "não teremos condições de compreender outras alternativas econômicas". Lauro disse que Marx percebeu a dualidade e a contradição da sociedade que produz as mercadorias, acrescentando que as crises acompanham a produção das mercadorias desde o início. O senador citou a crise de 1843, quando a produção de máquinas na Inglaterra cresceu em até dez vezes e o país foi obrigado a exportar esse maquinário.Lauro Campos, em sua análise, aproveitou para criticar o livro Escravidão e Capitalismo, do sociólogo e hoje presidente da República Fernando Henrique Cardoso, no qual o autor afirma que o Brasil optou pelo fim da escravidão porque seu custo era maior do que manter salários. Segundo o senador, na prática o presidente estaria provando a sua tese de que realmente é possível reduzir o custo de produção da força de trabalho abaixo do custo de produção do trabalho escravo.
04/08/1999
Agência Senado
Artigos Relacionados
O que o País perde com a crise causada pelo terror
Anibal pede atenção do governo para Acre superar crise causada por enchentes
Geógrafo Ab'Saber diz que savanização na Amazônia é causada pelo homem
LAURO CAMPOS ALERTA PARA CRISE SOCIAL NO BRASIL
LAURO CAMPOS ALERTA PARA "CRISE GLOBAL" DO CAPITALISMO
Lauro Campos: saída para crise são as pontes para o futuro