LAURO CAMPOS ALERTA PARA "CRISE GLOBAL" DO CAPITALISMO



A decadência do modelo capitalista queregeaatual economia mundial está preocupando o senador Lauro Campos (PT-DF). Ele alertou hoje (dia 9) os economista brasileiros em relação ao envolvimento do país na "ciranda financeira do acúmulo de capital especulativo globalizado", ou seja, não oriundo da produção do trabalhador, ficando este, a seu ver, à margem do quadro econômico.

Esses recursos, segundo o senador, que somam um total de US$ 41 trilhões, desde o final da segunda guerra mundial, é um dinheiro volátil, à disposição dos países endividados para ser aumentado com juros e outros artifícios, sem beneficiar a sociedade produtiva. A rentabilidade dos US$ 41 trilhões nas bolsas só pode continuar a existir na medida em que mais dinheiro aflua para as bolsas, aumente a demanda das ações e aqueça a especulação, alerta o senador.

- A bolsa de valores confunde os economistas. Em um momento, as ações se valorizam e se aquecem porque a atividade produtiva está dando mais lucro e está realmente possibilitando a valorização do patrimônio acionário. Mas, no momento seguinte, o movimento continua ascendente, as ações nas bolsas continuam a se valorizar, mas agora porque a economia real se encontra em crise - analisou.

Lauro Campos comentou que esse é o mecanismo do capitalismo que, "com seu impulso fantástico de transformar o mundo, de renovar a tecnologia, aumentar o lucro e a lucratividade, acaba criando obstáculos ao seu próprio desenvolvimento, criando a sua crise como resultado necessário do seu processo de desenvolvimento."

O senador citou afirmação que atribuiu ao ex-ministro da Fazenda, embaixador Rubens Ricúpero, segundo a qual é preciso voltar à leitura de Karl Marx para entendermos a crise do capitalismo moderno. De acordo com Lauro Campos, tais ponderações do ministro levam à reflexão sobre o desenvolvimento das contradições entre mercadoria e dinheiro e da transferência desses conflitos para as coisas produzidas; da determinação dos valores da mercadoria e do dinheiro como prioridades sobre o aspecto social e o trabalho.

Lauro Campos alertou ainda que a crise capitalista levará a uma crescente graduação do desemprego porque o capital especulativo cresceu desmesuradamente, tonando impossível ao trabalho humano, "por mais baixo que seja o salário, criar lucro para sustentar esse dinheiro."

Em relação ao Brasil, Campos acrescentou que o presidente Fernando Henrique Cardoso "nunca estudou economia, nunca leu os neoliberais e, talvez por isso tenha caído nessa armadilha, acreditando que o útero materno neoliberal pudesse ser um ponto de partida para a reeleição."

No país, assinalou Lauro Campos, dividem-se as crises em pedacinhos, criando-se impostos e maquiando-se balanços financeiros para salvarbancos privados por meio de recursos do Banco Central, fato que, conforme destacou, não ocorreusequer no crash financeiro que faliu cerca de 5 mil bancos nos Estados Unidos nos anos 30.

09/01/1998

Agência Senado


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