Para Lauro, governo não admite as dificuldades da população



Ao dizer que não acredita na honestidade ética ou intelectual do presidente da República, o senador Lauro Campos (PT-DF) afirmou que o governo federal utiliza a propaganda para criar a ilusão de que a situação socioeconômica do país não é preocupante. Segundo o parlamentar, dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprovam o contrário. Mesmo com o crescimento da indústria, o faturamento em 2000 sofreu uma redução de 23% em comparação a 1985, disse. Lauro acrescentou ainda que o desemprego cresceu de forma assustadora nos últimos anos.

Observando ser iminente uma crise no país, o senador considerou leviandade do presidente culpar a Argentina e os Estados Unidos pelas decisões equivocadas que o governo brasileiro tomou ao longo da última década. No entendimento do parlamentar, programas como o Avança Brasil e até o Plano Real têm objetivos eleitoreiros. Ele entende que esses planos foram elaborados por "tecnocratas ruins de economia, mas bons de política". E disse que, no lugar de melhorias para a população, o trabalho da equipe econômica sempre foi medido pelo resultado obtido nas urnas.

Além da vocação televisiva, para Lauro Campos, o governo do presidente Fernando Henrique recorre a subterfúgios inescrupulosos para garantir a manutenção do seu partido no poder. O sepultamento político do senador Antônio Carlos Magalhães foi um desses recursos de que o governo lançou mão, afirmou o parlamentar

O senador traçou um paralelo entre o que acontece no Brasil e o livro Corações Sujos, de Fernando Morais. No livro, uma parte da comunidade japonesa que vivia no país recusava-se a aceitar a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. Na época, quem não acreditava na supremacia japonesa era visto como derrotista e pagava com a vida por suas crenças. Lauro entende que o país está sendo comandado por pessoas que não aceitam a realidade, só que, em sua análise, os derrotistas de hoje terão a execração pública como pena.

26/03/2001

Agência Senado


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