PARA LOBÃO, CONGRESSO TEM PAPEL FUNDAMENTAL NO COMBATE À CRISE
O senador Edison Lobão (PFL-MA) acredita que o Congresso Nacional tem um papel fundamental no combate à crise financeira internacional e manutenção das conquistas da estabilidade. "É hora de o Legislativo mostrar capacidade de liderança e de estar à altura do desafio econômico enfrentado pelo Brasil", disse. Lobão está convencido de que, como já fez anteriormente, o Senado ajudará o governo, e sustentou que "um vigoroso combate ao déficit público é não só indispensável como tornou-se inadiável, diante da profunda crise de desconfiança que acometeu os agentes econômicos, tanto externos como internos". - Os agentes econômicos nutrem agora fortes suspeitas, diante de um déficit público de 7% do PIB, que ameaça tornar o poder público inadimplente, as finanças públicas desarvoradas e desorganizadas; e a volta da inflação uma possibilidade atemorizante - acentuou.Depois de afirmar que a crise impõe um grande desafio ao Brasil, equilibrar as suas contas, Lobão disse que "atingir o equilíbrio fiscal é assegurar a saúde futura de nosso desenvolvimento, é saber impor austeridade e contenção de gastos". Na opinião de Edison Lobão, a crise é internacional, mas exige esforços de todos os países. O senador maranhense citou dados do Fundo Monetário Internacional, pessimistas em relação ao crescimento econômico, provando o caráter mundial da crise. "Há um ano, estimava-se que o crescimento global, em 1998, seria de 4,25%. Contudo, esse crescimento será de apenas 2%, em 1998, e de 2,5%, em 1999. Apesar do problema não ser brasileiro, exige providências e sacrifícios de todos os países."Segundo o senador, o Brasil não pode mais contar com capital volátil internacional para equilibrar as contas externas, e atingir o equilíbrio fiscal é assegurar a saúde futura do nosso desenvolvimento. Lobão afirmou que o governo já está tomando todas as providências ao seu alcance para minimizar os efeitos desta crise monumental. - Para que nos tornemos independentes dos capitais especulativos, para que possamos baixar os juros e, sobretudo, para que logremos manter uma enorme conquista do povo brasileiro que foi a vitória sobre a inflação, serão necessários os sacrifícios transitórios implicados nos cortes de gastos de um rigoroso ajuste fiscal - analisou.Lobão explicou que esse ajuste deve ser exigido da União, estados e municípios, Executivo, Judiciário, Legislativo e sociedade organizada, porque "todos têm de se compenetrar do momento delicado e especial que vivemos e contribuir para o esforço conjunto". A seu ver, o Legislativo deve ter um papel central nesse esforço, pois é desse poder que se espera o decisivo apoio para a conclusão das reformas em andamento.
08/10/1998
Agência Senado
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