PARA MARINA, PRIMEIRO SEMESTRE FOI MARCADO POR DENÚNCIAS



Líder do Bloco Oposição, a senadora Marina Silva (PT-AC) considerou atípico o primeiro semestre do ano, em razão das inúmeras denúncias que chegaram ao Legislativo, algumas das quais continuarão sendo investigadas em agosto, como as sujeitas ao exame das CPIs do Judiciário e do Sistema Financeiro. Ela lamentou que não tenha sido criada uma CPI mista para investigar vazamento de informações quando da mudança de câmbio que implicou na desvalorização do real.Para a senadora, essa quantidade de denúncias fez com que a agenda do Legislativo concernente a projetos ficasse em segundo plano. Mas apesar dessa conturbação que, em sua opinião, enfrentou a ingerência desastrosa do governo, o Senado teve uma ação positiva em relação a alguns temas, como o relacionado com a discussão sobre os produtos geneticamente modificados. Marina Silva definiu como precipitado parecer do Ministério da Agricultura e da CTMBIO (Comissão Técnica de Bio-Segurança) liberando soja geneticamente modificada para plantação. Referindo-se a liminar concedida pela justiça para proibir, pelo menos temporariamente, essa plantação, a senadora disse que o debate sobre os transgênicos é da maior importância para a sociedade brasileira.Depois de lembrar que o Senado realizou um eficiente seminário a respeito do assunto, ela observou que os debates ali realizados deixaram claro que ainda não existe pesquisa com base suficiente para liberar-se esses produtos. Conforme a parlamentar, uma pesquisa feita nos Estados Unidos, que tem uma diversidade biológica precária, é muito diferente de uma realizada no Brasil, onde predomina uma mega diversidade. Para a senadora, ao liberar essa soja, o governo brasileiro mostrou estar na contramão da história, visto que o interesse do mercado europeu é exatamente por produtos não geneticamente modificados. "No momento em que se tem a soja natural e uma opinião pública favorável a ela no mercado europeu, inclusive com a determinação de boicotar os produtos geneticamente modificados, por que liberar-se os transgênicos de forma generalizada?", questionou Marina Silva. Para ela, o Brasil devia aproveitar-se exatamente desse diferencial de qualidade para ganhar mais mercado de exportação.

02/07/1999

Agência Senado


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