PARA MOZARILDO, GOVERNO PERDEU O COMANDO DA FUNAI PARA ONGS



Os intermediários da "causa indígena são poderosos e os mecanismos de financiamentos não estão esclarecidos", disse o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), ao apontar nesta segunda-feira (dia 20) ingerências de organizações não-governamentais na política indigenista. O senador apresentou documento da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira indicando o professor Carlos Frederico Marés de Souza para a presidência da Funai. De acordo com Mozarildo, o documento vem corroborar a tese de que o governo perdeu o comando das políticas para o setor.
O senador disse que o atual presidente da Funai, Márcio Lacerda, está tentado modernizar e democratizar o órgão, mas esbarra na atuação de escalões inferiores, que "fazem de tudo para prejudicar a sua gestão". Mozarildo defendeu a realização de uma auditoria que alcance as atividades da Funai desde a sua criação.
Em aparte, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) ressaltou que não faz parte do governo, mas endossava o nome de Carlos Marés, ex-procurador-geral do estado do Paraná, que possui "a seriedade e empatia para dirigir a Funai". Mozarildo disse que não questionava a indicação de Carlos Marés, mas sim a perda de comando da política indigenista para entidades não-governamentais. Requião alertou que "o Brasil, na verdade, está sendo comandado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)".

20/09/1999

Agência Senado


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