Para Paim, Brasil avançou mas ainda precisa progredir na área da saúde
O senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o Brasil mostra alguns progressos na área de saúde, mas que precisa avançar muito mais. Ele abordou o tema para contribuir com as reflexões no Dia Mundial da Saúde, comemorado nesta sexta-feira (5).
Para o senador, ainda é grande a distância que separa os países ricos dos pobres quando se trata de saúde. Segundo Paim, os relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, nos países de renda mais baixa, as principais causas de morte estão ligadas à falta de investimentos em fatores sanitários e ambientais.
- É importante que aproveitemos esse dia para refletir sobre esse tema, até porque, em nosso país, sempre prevaleceu, historicamente, esse mesmo cenário que distingue ricos e pobres e que coloca em campos bem definidos os mais amparados e os menos amparados pelo sistema de saúde – disse.
Paim ressaltou alguns avanços alcançados nos últimos 20 anos, como o aumento no percentual orçamentário destinado à saúde no país, que passou de 4,1% para 5,9% entre 2000 e 2010. O senador destacou ainda os números dos recursos efetivamente investidos no setor.
- Se, no ano de 2000, o governo gastou, em média, US$ 107 com a saúde de cada brasileiro, em 2009, esse valor se aproxima de US$ 320. Isso quer dizer que os nossos governantes estão olhando com carinho essa questão – avaliou Paim.
O senador gaúcho citou os programas do governo ligados ao combate à hipertensão, tema escolhido pela OMS para ser trabalhado este ano. E destacou o Programa Saúde Não Tem Preço, que disponibiliza, gratuitamente, em farmácias credenciadas, medicamentos indicados para o tratamento da hipertensão.
- É uma medida destinada a beneficiar 33 milhões de brasileiros – informou.
O termo de compromisso assinado entre o Ministério da Saúde e as associações representativas dos produtores de alimentos processados para reduzir gradualmente a quantidade de sal em alimentos foi outra ação destacada pelo parlamentar.
- Há uma recomendação generalizada que eu endosso. Inimigos da saúde quase número um na alimentação: açúcar e sal – enfatizou.
Segundo Paim, em 2003, 4.488 municípios possuíam equipes do Programa Saúde da Família, e hoje, já são 5.280 municípios englobados pelo programa. O senador lembrou ainda o Programa Academia da Saúde, que estimula a criação de espaços públicos adequados para a prática de atividades física e lazer.
- Fizemos muito, mas temos que fazer muito, muito mais, para que, efetivamente, possamos dizer que o Brasil tem um sistema de saúde que atende a cerca de 200 milhões de brasileiros.
Publicidade de alimentos
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) fez um aparte ao discurso de Paim, para criticar a publicidade de alimentos prejudiciais à saúde, especialmente os que vinculam o lanche a um brinquedo para despertar o desejo das crianças.
- Nós precisamos enfrentar o problema da publicidade de alimentos da mesma forma que enfrentamos a de cigarro, a de bebidas de alto teor alcoólico – afirmou.
Cristovam lembrou que projeto de sua autoria (PLS 489/2008), baseado em proposta de um senador chileno, classifica os alimentos por meio de três sinais coloridos inseridos nos rótulos: verde significa que não faz mal à saúde; amarelo, indica que pode fazer mal a portadores de algumas doenças; e o vermelho, apontando que faz mal até a pessoas saudáveis.
- Eu apresentei um projeto nesse sentido para que as pessoas, quando cheguem ao supermercado, já identifiquem: esse alimento é verde, esse alimento é amarelo, esse alimento é vermelho – explicou o senador pelo DF.
Aposentados
Paim também pediu que a Câmara dos Deputados votasse a recomposição do valor da aposentadoria pelo regime geral da Previdência, prevista no PL 4.434/2008, e o fim do fator previdenciário para o cálculo da aposentadoria (PL 3.299/2008). Segundo informou, essas proposições aprovadas pelo Senado estão há quase seis anos na Câmara dos Deputados.
- Quero mais uma vez insistir sobre a importância de a Câmara dos Deputados votar os projetos que nós votamos aqui. Quando vem um projeto da Câmara para cá, a gente vota de pronto. Agora, queria também que a Câmara votasse e olhasse um pouco para os aposentados - pediu.
05/04/2013
Agência Senado
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