PARA REQUIÃO, AUMENTO DAS ALÍQUOTAS É UM NOVO CONFISCO
Ao falar durante oencaminhamento de votação do projeto que cria a contribuição previdenciária dosaposentados e aumenta a alíquota do servidores da ativa, o senador Roberto Requião(PMDB-PR) disse que essa iniciativa encerra mais um confisco sobre o funcionalismo, jásacrificado há quatro anos com o congelamento de salários. "É uma maldade, é atentativa de satanização do funcionalismo num momento em que o governo vê exposta suaabsoluta ineficiência", acrescentou o parlamentar. Para Requião, esse projetosignifica "o desastre completo da política econômica do governo". Ele entendeque, com essa iniciativa, o Executivo quis arranjar um culpado para a sua ineficácia,nomeando o funcionário público, que não tem nenhuma responsabilidade nesse processo. Noentender do senador, essa postura de pinçar exemplos de marajás para mobilizar aopinião pública em favor do saneamento das finanças do Estado e da correção dasdistorções é absolutamente desnecessária. - Bastaria que o governo fixasse um tetosalarial por categorias e, sendo um patrão que não é objeto de dissídios coletivos,não pagaria ao funcionalismo um tostão a mais do que pretende - argumentou oparlamentar. Requião disse acreditar que até a cobrança de Imposto de Renda dofuncionalismo é uma tolice, pois, se é o governo quem fixa o salário, por que pagariapara descontar imposto de renda, quando pode simplesmente não pagar o que seriaarrecadado depois? Com esse argumento, o senador constatou que esse novo confisco "émais uma maldade que uma medida lógica". Em sua opinião, é também mais uma formade o governo apressar e aprofundar o confisco num prazo de tempo menor, em vez de assumir,de uma vez por todas, a responsabilidade de fixar o teto máximo do salário dofuncionalismo e controlar o tamanho da folha. "Qualquer governo racional fariaisso", assegurou Requião.
26/01/1999
Agência Senado
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