PARA REQUIÃO, SENADO DEVE INVESTIGAR OUTRAS IRREGULARIDADES



Ao analisar a cassação do mandato do ex-senador Luiz Estevão, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que o Senado cumpriu seu dever, mas alertou para a necessidade de apuração de outros fatos, que em sua opinião, também constituíram irregularidades e merecem atenção dos senadores.
- O espetáculo da cassação não deve servir para encobrir tantas outras mazelas que deveriam ser investigadas. Os bastidores não foram devassados e isso precisa ser feito - advertiu Requião, que disse ainda que esse tipo de atitude deve ser corriqueiro no Congresso.
Ele criticou, especificamente, a aprovação pelo Senado da nomeação de Tereza Grossi para a diretoria do Banco Central, lembrando que os parlamentares tinham conhecimento de que ela foi citada pela CPI do Sistema Financeiro como uma das agentes das irregularidades no caso dos Bancos Marka e FonteCindam, e que por isso está sendo indiciada pelo Ministério Público.
O senador também protestou contra a aprovação do nome de Armínio Fraga para a presidência do Banco Central, qualificando-o como "capataz do mega-especulador George Soros, vassalo dos interesses norte-americanos e operador do ataque especulativo contra a moeda da Tailândia e que levou milhões de pessoas ao desespero".
Requião questionou as atitudes do presidente Fernando Henrique Cardoso e do presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Ney Suassuna (PMDB-PB), no episódio da votação do nome de Grossi para o BC. Segundo ele, teria havido um telefonema do presidente da Repúblicao a Suassuna para pressionar os integrantes da CAE pela aprovação do nome da diretora.
- Por que o governo quis tanto que Tereza Grossi fosse nomeada diretora? Certamente, seria para que ela não revelasse o autor da ordem para as negociações que salvaram os bancos - acusou o senador.
Requião quer também uma apuração dos custos da nova sede do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, e que custou três ou quatro vezes mais do que o TRT de São Paulo. O senador lamentou que o seu projeto que propõe a criação de um órgão de fiscalização externo do Judiciário não tenha sido aprovado, sob a alegação de inconstitucionalidade.
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) elogiou a coragem de Requião e a proposta de "levantar o manto de impunidade que está sob os tapetes azuis do Senado". Ela disse também que ainda falta muito para que se possa dizer que o Congresso está trilhando o caminho da moralidade pública.

29/06/2000

Agência Senado


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