Para Suplicy, leilão para concessão de rodovias é exemplo de defesa do interesse público



Ao homenagear os economistas americanos Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson, laureados com o Prêmio Nobel de Economia por terem criado "regras de negociação para obter o melhor resultado possível para o maior número de pessoas", o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) citou o recente leilão de sete rodovias federais como exemplo de defesa do interesse público, "um dos problemas básicos da economia".

Para o senador, o leilão das rodovias federais, realizado em 9 de outubro, é um exemplo bem sucedido da aplicação da "teoria do desenho dos mecanismos", que estuda regras de otimização de negociações, já que, pela negócio firmado com a empresa espanhola OHL, "um percurso que custaria R$ 10, de acordo com as planilhas dos anos 90, saiu por R$ 2,70".

Suplicy disse que, no início do leilão, havia 30 empresas na disputa. Três horas depois, todos os lotes estavam vendidos. Segundo ele, nenhum dos clientes tradicionais conseguiu apresentar uma boa proposta e, assim, o grupo espanhol OHL ganhou os cinco trechos que disputou, tornando-se o maior concessionário de estradas do país, com 3.225 quilômetros.

- Quando o grupo arrematou a Fernão Dias, oferecendo um pedágio de R$ 1,42 para cada 100 quilômetros, houve espanto no salão. O episódio mostra como é possível ao poder público estabelecer procedimentos que garantam maior transparência e eqüidade de tratamento aos empresários, eficiência nos resultados e defesa do interesse público - afirmou.

A observação de Suplicy foi criticada em apartes pelos senadores tucanos Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Flexa lembrou que, conforme denúncia feita pelo jornal espanhol El país e levada ao Plenário nesta quarta pelo senador Marconi Perillo (PSDB-GO), a OHL está sendo processada pelo governo da Catalunha em função de problemas em rodovias que administra na Espanha.

Segundo Flexa, a redução de custos anunciada por Suplicy está sendo questionada, já que não teriam sido considerados, no contrato, os custos de reconstrução e recuperação das estradas, mas só o custo do pedágio.

- Quem vai financiar as obras da Fernão Dias não é quem vai usar a Fernão Dias, mas sim a população como um todo - completou Eduardo Azeredo.



24/10/2007

Agência Senado


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