Parceria da Assembléia com o Ministério Público busca o resgate da história do Rio Grande



O Ministério Público do Rio Grande do Sul e a Assembléia Legislativa do Estado comemoraram hoje o Dia Nacional do Ministério Público anunciando a realização de obras físicas e literárias. No primeiro caso, o procurador-geral de Justiça do Estado, Cláudio Barros Silva, informou o início oficial do processo de restauração do chamado Palácio Provisório, um prédio localizado na esquina da Praça da Matriz com a rua Jerônimo Coelho e que popularmente é conhecido como “Forte Apache”. A divulgação da obra literária, por sua vez, foi realizada pelo presidente da Assembléia, deputado Otomar Vivian (PPB). Trata-se do primeiro volume da Série História Administrativa do Rio Grande do Sul, editado em parceria pelas duas instituições e intitulado “Continente de São Pedro: Administração Pública no Período Colonial”. O Governo do Estado esteve representado no ato pelo secretário chefe da Casa Civil, Flávio Koutzii. Ainda em comemoração a data foi inaugurada a exposição “Um Palácio de Muitas Histórias”. Localizada na sala J. B. Scalco, no Solar dos Câmara, a exposição retrata o passado dos prédios que integraram o centro cívico da capital, ou seja, o largo da praça da Matriz. Encerrando a programação, o Ministério Público gaúcho homenageou a primeira mulher a ocupar o cargo de procuradora jurídica do Rio Grande do Sul, Sophia Galanternik. Presente ao acontecimento a homenageada foi agraciada com a entrega de uma placa em reconhecimento ao seu pioneirismo e pelos bons serviços prestados à justiça gaúcha. Fazendo um relato da época em que foi idealizada a construção do Palácio provisório, Cláudio Barros Silva disse que o objetivo do prédio, cuja pedra fundamental foi assentada em 1857, era o de servir de sede para a Assembléia Legislativa. Segundo ele isto não aconteceu e em 1896, com a proclamação da República, Júlio de Castilhos, então presidente do Estado, transferiu para ali sua residência e a sede do Governo, transformando-o no Palácio Provisório, situação esta que permaneceu até a construção do Palácio Piratiní, em 1921. Com a saída do Executivo, continuou, o prédio abrigou o Poder Judiciário, até chegar na atual situação em que se encontra. “Com a restauração o palácio que nasceu para ser provisório chega aos nossos dias para servir de sede ao Ministério Público, tornando-se novamente, endereço importante no centro cívico de nosso Estado”, afirmou o procurador-geral de Justiça. Em seu pronunciamento o deputado Otomar disse que é comum se ouvir que se deve pensar no futuro olhando para a frente. Entretanto, segundo ele, é preciso que este avançar tenha como referência os bons exemplos do passado, especialmente aqueles que colaboraram para que chegássemos neste momento. A parceria da Assembléia com o Ministério Público, disse o presidente, busca a valorização do que aconteceu e o que fizeram as pessoas, as instituições e as entidades ao longo da história do Rio Grande do Sul. “Esta série sobre a história administrativa do Estado, em seu primeiro volume, com certeza servirá para que possamos olhar para o futuro e quem sabe aperfeiçoar atitudes, posturas e objetivos traçados no passado. Referindo-se ao papel desempenhado no passado pela procuradora Sophia Galanternik e sobre a posse da juíza gaúcha, Ellen Northfleet, primeira mulher a ocupar o cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal, o presidente da Assembléia Legislativa disse que estes exemplos confirmam que a história não foi tão fiel com as mulheres na construção do Rio Grande do Sul. “É esta importância, dentre outras tantas, que a parceria do Poder Legislativo com o Ministério Público, contando com o apoio do Governo do Estado, procurará resgatar”, concluiu Otomar.

12/14/2000


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