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Em seu pronunciamento Wellington Dias anunciou que, junto com a bancada do Piauí, proporá ao Congresso Nacional que o dia da batalha passe a ser celebrado nacionalmente como importante para a independência brasileira.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), fez um breve relato da história do combate, lembrando que, à época, os estados do Maranhão, Piauí e Ceará mantiveram-se fiéis á Coroa Portuguesa, apesar da independência proclamada por Dom Pedro I.

Sarney recordou também que em Campo Maior, às margens do Rio Jenipapo, o comandante das tropas leais a Portugal no Piauí, João José da Cunha Fidié, venceu a batalha contra os brasileiros, mas, por ter perdido considerável quantidade de homens e suprimentos, foi derrotado posteriormente em Caxias, no Maranhão.

Durante a homenagem, o jornalista e escritor Laurentino Gomes disse que o conhecimento e a valorização de acontecimentos passados são indispensáveis para a preparação e a construção do futuro de uma nação.

- A Batalha do Jenipapo foi o mais trágico e também o mais simbólico de todos os confrontos da Guerra de Independência- disse, em referência ao desafio de manter a unidade territorial. A batalha reuniu piauienses, cearenses e pernambucanos contra os portugueses fiéis à Coroa.

Laurentino Gomes é autor dos livros 1808 e 1822, o primeiro sobre a transferência da corte de Portugal para o Brasil e o segundo sobre a Independência do Brasil, tendo recebido com 1808 o Prêmio Jabuti na categoria melhor livro-reportagem.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que o combate foi um "capítulo fundamental no processo de consolidação da integridade do território nacional". Ela assinalou que os brasileiros conhecem pouco a história do país e que lembrar episódios como a Batalha do Jenipapo fortalece a identidade brasileira.

Declarando seu apoio à bancada piauiense pelo reconhecimento do aniversário da Batalha do Jenipapo como uma data nacional, ela ressaltou o fato de o episódio ser considerado por determinados historiadores como "a única e verdadeira batalha durante o processo de independência".

Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) considerou a luta do povo piauiense como fundamental para a unificação da nação brasileira. Segundo ele, a imagem da maioria dos brasileiros e das nações vizinhas do Brasil é de que a independência do Brasil foi uma grande jogada feita pela elite da época, e para esses, tal batalha e tantas outras havidas para a independência do Brasil não aconteceram.

Na avaliação do senador Marcelo Crivella, a Batalha do Jenipapo foi, na História do Brasil, um episódio mais importante até mesmo que a Proclamação da Independência por D. Pedro I, às margens do Riacho Ipiranga, em 1822.

- A independência de um país é muito mais que um grito, muito mais que um gesto: ela é um sacrifício, e todo sacrifício requer sangue. E onde esse sangue foi derramado? Não foi às margens do Ipiranga, tão demonstrado e cantado em tantos quadros, em tantos versos, em tantos livros; ali não pingou uma gota do sangue brasileiro. Esse sangue pingou às margens de outro rio: o Rio Jenipapo - disse.

Discursaram também na sessão o governador do Piauí, Wilson Martins, e os deputados federais, Hugo Napoleão (DEM-PI) e Assis Carvalho (PT-PI).

14/03/2011

Agência Senado

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