Parlamentares do Mercosul pedem mais participação nos acordos com BID



A Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, presidida pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), lançou nesta terça-feira (12) a Declaração de Fortaleza, carta de princípios e reivindicações do seminário O Mercosul, a Alca e Dívida Externa, que se realiza esta semana na capital cearense e em Natal. O documento, a ser entregue nesta quarta-feira (13) aos participantes da reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que também ocorre em Fortaleza, defende uma maior participação da sociedade civil e das instituições políticas nos acordos com o BID, o FMI e o Banco Mundial.

Com relação ao ingresso dos países sul-americanos na Área de Livre Comércio das Américas (Alca), os parlamentares da comissão consideram que deve ser feito "coletivamente pelos blocos econômicos existentes", levando em conta os princípios referentes "ao controle democrático pelos parlamentos, assim como o recurso essencial à consulta popular". Assinam a declaração parlamentares do Brasil, do Uruguai, do Paraguai, do Chile e da Venezuela.

Na reunião de terça-feira, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães apresentou uma série de argumentos para demonstrar que o fortalecimento do Mercosul é incompatível com a Alca. Ele afirmou que o Mercosul deixará de existir com a implantação da nova área de livre comércio, e os países que o integram serão praticamente impedidos de ter política econômicas ativas. Para o embaixador, a Alca vai também criar desigualdades na competição entre as empresas sul-americanas e dos Estados Unidos.

A Comissão Parlamentar do Mercosul realiza nesta quinta-feira (14), em Natal, o seminário O Mercosul e a Alca: Desafios e Oportunidades, com a participação dos senadores Geraldo Melo (PSDB-RN), José Agripino (PFL-RN) e Fernando Bezerra (PTB-RN).



12/03/2002

Agência Senado


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