Parlamentares espanhóis e brasileiros acertam maior integração



Reunidos por mais de três horas na manhã desta segunda-feira (29), deputados e senadores do Brasil e da Espanha debateram as principais dificuldades de cada país, a pobreza e o terrorismo, respectivamente, e apontaram os campos possíveis para promoção de intercâmbio e estreitamento dos laços bilaterais. Esta foi a primeira reunião do grupo este ano e o encontro continuará nesta terça-feira (30).

O presidente do grupo, senador José Agripino (PFL-RN), destacou a importância da reunião, citando os diversos setores que, segundo ele, têm potencial para promover a integração Brasil/Espanha, principalmente o cultural, empresarial/comercial e turístico. No campo cultural, ele sugeriu apoio específico do grupo para a exposição sobre os 500 anos do Brasil, que acontecerá ainda este ano em Bilbao. Na área comercial, Agripino lembrou que ambos os países são ótimos fruticultores em épocas distintas, o que "abre um bom campo de troca". Ele pediu ainda que a Espanha se interesse por estabelecer vôos charter direto para o Nordeste, a exemplo do que fazem outros países europeus.

Agripino informou que a Espanha é, há dois anos, o segundo maior investidor externo no Brasil, só perdendo para os Estados Unidos.

A presidente da delegação espanhola (formada por 16 parlamentares), Soledad Becerril Bustamante, vice-presidente do Congresso dos Deputados da Espanha, também manifestou sua confiança no trabalho do grupo, salientando como ponto vantajoso o fato de a comissão poder tratar de assuntos diplomáticos no âmbito do Legislativo dos dois países.

Soledad informou que a Espanha ocupa até o mês de junho a presidência da União Européia e que, entre os objetivos que o país almeja nesta posição está o fortalecimento da cultura e valores europeus no restante do mundo. Ela acredita que existam fortes pontos de identificação do Brasil com seu país.

BASCOS

Entre os pontos debatidos na reunião desta segunda-feira, a questão do terrorismo foi citada pelos espanhóis como o maior problema enfrentado pelo país e, de maneira geral, pela Europa. Eles fizeram questão de afirmar, em resposta a questionamento do senador Jefferson Péres (PDT-AM), que o grupo ETA não defende a independência do "país basco" como anuncia, mas sim comete crimes e ataques terroristas.

Jefferson havia sugerido que o país fizesse um plebiscito junto à população basca para saber se ela desejava realmente a independência.

- Isso não iria acabar com o terrorismo, mas certamente serviria para enfraquecer o movimento, pois é sabido que não mais de 15% da população defende a independência -disse ele. O embaixador da Espanha no Brasil, José Godech, acompanhou toda a reunião.



29/04/2002

Agência Senado


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