Parlamentares não vão desistir da CPMI para apurar denúncias contra Demóstenes, diz Pedro Simon
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) acredita que os defensores de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar denúncias de envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o empresário Carlinhos Cachoeira não vão retirar suas assinaturas do requerimento de criação do colegiado, porque o país vive uma “situação especial”.
- Disse e repito: não me lembro de uma ocasião em que o Senado Federal esteve tão desgastado, tão no chão, tão humilhado, tão espezinhado pela opinião pública como agora – afirmou.
O senador também observou que a imprensa estranha o que está acontecendo.
- Ontem, ela dizia que não ia acontecer nada, que havia um complô, uma movimentação, que o Senado estava tão comprometido que não ia acontecer nada. Aconteceu – afirmou Pedro Simon.
Pedro Simon ressaltou que as redes sociais de comunicação são um fato novo, “uma revolução no mundo inteiro” que amplia debates sobre todos os temas. “O povão”, disse o senador, “não é mais escravo das televisões, dos rádios e jornais das grandes redes”.
- Aconteceu isso na Ficha Limpa, e esta Casa, por unanimidade, votou o que não se imaginava que votaria. E é o que está acontecendo agora – afirmou.
Simon recordou que Carlos Cachoeira apareceu na televisão várias vezes em reportagens que o mostravam dando dinheiro para o então subchefe da Casa Civil Waldomiro Diniz.
- Vim {à época] a esta tribuna e disse: vou sair daqui e vou falar com o governo para ele demitir ainda hoje esse Waldomiro e iniciar o processo contra Cachoeira. Lamentavelmente, Lula não fez isso. Não se movimentou com relação a Cachoeira, não demitiu Waldomiro e as coisas continuaram. Hoje, sete anos depois, o mesmo Cachoeira que iniciou esse escândalo todo, volta – lamentou.
A escolha do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) para a presidência do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, foi saudada pelo senador Pedro Simon. Ele destacou que o conselho já notificou Demóstenes Torres a apresentar, em dez dias úteis, sua defesa no processo aberto pelo PSOL, sob a acusação de quebra de decoro parlamentar, por suspeita de ligações com Cachoeira. O empresário está preso em Mossoró (RN), acusado de exploração de jogos ilegais.
11/04/2012
Agência Senado
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