Parlamentares querem criar o Memorial da Guerra da Tríplice Aliança



Por sugestão dos parlamentares paraguaios Ricardo Canese e Hector Lacognata, a Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Esportes do Parlamento do Mercosul aprovou uma recomendação às autoridades do bloco para que seja criado o Memorial da Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), com a incorporação dos monumentos da época, dos lugares das principais batalhas, dos arquivos públicos e privados que tenham documentação sobre a guerra, seus antecedentes e consequências, e dos museus dedicados ao tema. A pedido da presidente da comissão, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), os autores concordaram em retirar da justificação da proposta a expressão "genocídio praticado contra o povo paraguaio".

Na apresentação da proposta, que ainda irá a Plenário, Canese e Lacognata afirmam que o memorial deve ser usado com fins históricos, educativos, culturais e turísticos. Em exposição aos membros da comissão, Canese disse que o memorial deve ser fonte de conhecimento e estudo para todas as gerações.Ele lembrou que a Guerra da Tríplice Aliança foi trágica e envolveu os quatro países do Mercosul, com consequências negativas especialmente para o Paraguai.

- Que o memorial seja um projeto do Mercosul, um empreendimento conjunto, dos quatro países. Vamos converter o que foi uma tragédia em um elemento de unidade - propôs.

Já Lacognata disse que um dos grandes desafios do Mercosul será promover uma revisão histórica, não para buscar culpados, mas para mostrar que os países do bloco estão em outro caminho e que a lição da guerra foi aprendida.

- Que gesto melhor do que tomar uma situação histórica para mostrar que estamos avançando em direção a um processo de integração? - completou.

A presidente da comissão, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), declarou que o memorial pode ser um fórum para discutir questões do passado visando à construção do futuro.

- Temos que dar mais ênfase à paz do que à guerra - acrescentou a senadora, cujo mandato na presidência da comissão termina nesta terça-feira (10).

Ao despedir-se dos demais membros da comissão, Marisa Serrano propôs que o colegiado dê mais atenção à ciência, à tecnologia e aos esportes, já que se dedicou mais, em 2008, à educação e à cultura. A senadora aproveitou para criticar os cortes nos recursos orçamentários que seriam destinados à ciência e à tecnologia no Brasil:

- Na hora de uma crise financeira, o cérebro tem que crescer, é preciso investir na ciência e na tecnologia - sustentou Marisa Serrano. 



10/02/2009

Agência Senado


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