Pefelistas querem atrair PPB para aliança governista
Pefelistas querem atrair PPB para aliança governista
A cúpula do PFL quer aproveitar o crescimento da candidatura à Presidência da República da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, registrado ontem pela pesquisa do Datafolha, para atrair o apoio do PPB, à base política do Planalto.
Uma reunião entre lideranças dos dois partidos deve ocorrer nesta semana em Brasília. As conversas ganharam força com as declarações elogiosas do deputado Delfim Netto (SP), um dos caciques pepebistas, à governadora. E agora podem deslanchar com a ascensão de Roseana, que atingiu 16% no levantamento do Datafolha num cenário de disputa com José Serra e 19% quando aparece como a única opção governista.
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), considerou que a pré-candidatura de Roseana ""ganha consistência e se solidifica" a cada pesquisa. Mas continuará defendendo a manutenção da aliança governista, com a definição de um candidato comum em março de 2002, a partir de critérios preestabelecidos.
""Se isso não ocorrer até março, cada partido escolherá seu candidato e em junho, diante das condições eleitorais, os aliados vão se aproximar. Ninguém vai querer se suicidar", afirmou.
Até lá, Roseana continuará sendo exposta pelo PFL como pré-candidata, aumentando o cacife do partido na hora da negociação. Roseana, que na última sexta admitiu a possibilidade de disputar a eleição presidencial, atribuiu o crescimento de sua candidatura à aprovação pelos eleitores da proposta apresentada por ela nos comerciais de TV e rádio do PFL.
"Essa pesquisa mostra que a população está acolhendo e aprovando o resumo daquilo que eu disse nas inserções do rádio e da TV: é fundamental que nesse início de século o Brasil entre definitivamente na luta para combater os preconceitos e reduzir a desigualdade social que ainda nos envergonha perante o mundo", declarou a governadora.
Além do PPB, dirigentes do PFL devem voltar a se encontrar nesta semana com governistas do PMDB que já sinalizaram simpatia por Roseana. Os pefelistas tentarão mostrar que Roseana é a opção mais viável para enfrentar Lula (que tem 31% no principal cenário do Datafolha), pois a pesquisa mostra que os candidatos tucanos não passam dos 10%.
Mesmo que no futuro o PFL desista da candidatura de Roseana para apostar em um nome do PSDB, esses apoios políticos serão úteis para garantir aos pefelistas uma posição de destaque na aliança governista.
Repercussão
O presidenciável Ciro Gomes (PPS), que está em terceiro no Datafolha, com 12% no principal cenário, fez um comentário protocolar via assessoria: "Pesquisa a tal distância da eleição não passa de um retrato do momento."
O secretário-geral da Presidência da República, Arthur Virgílio, afirmou que a ascensão de Roseana mostra o potencial de crescimento do candidato governista, independentemente de quem seja o escolhido. ""Os votos dela são para o governo. (...) A governadora e o ministro José Serra, do PSDB, juntos, vão para quase 30% das intenções de voto", disse.
Virgílio afirmou acreditar que o governador Tasso Jereissati (Ceará), outro pré-candidato tucano, também tem ""plena capacidade de crescer", ao contrário do petista Lula, que está estabilizado.
""Na hora certa, o grande fato político será o lançamento do candidato do governo", disse.
FHC diz que posição de Lula em pesquisas eleitorais "está baixando"
Embora o pré-candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva mantenha-se estável na liderança das pesquisas - com 31% das intenções de voto, segundo pesquisa do Datafolha publicada ontem-, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que ele "já está baixando".
Segundo o presidente, em entrevista ao jornal peruano "El Comercio", "nunca o ponto de partida de Lula foi tão limitado como é agora". Na realidade, a dez meses das eleições de 1998, as pesquisas apontavam cerca de 20% dos votos para Lula. O patamar máximo obtido pelo petista na época ficou em torno de 30%.
"De todo modo, se Lula ganhar, ganhou. Há democracia", disse. Segundo FHC, o suposto desempenho fraco de Lula nas pesquisas "não significa que ele não possa ganhar".
FHC afirmou que é cedo para saber quem será o candidato da aliança governista ao Planalto, apesar da crescente preferência do eleitorado pela governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL). "Ela tem uma popularidade elevada, mas é cedo para saber quem será o candidato [do governo"", disse o presidente.
Pesquisa do Datafolha publicada ontem mostrou que Roseana subiu quatro pontos percentuais nos últimos dois meses e assumiu a segunda colocação entre os pré-candidatos ao Planalto.
Questionado sobre os baixos índices de aprovação do seu governo, o presidente afirmou que "a questão da popularidade é cíclica e nesse momento está subindo outra vez".
O presidente disse que a principal herança do seu governo será a estabilidade democrática. "O principal legado é a democracia. Já estou há sete anos como presidente e não houve nenhum problema institucional. Há liberdade plena e todos os movimentos sociais são respeitados."
Em segundo lugar, segundo ele, vem a estabilidade econômica e a criação "de uma rede de proteção social para os mais pobres". Segundo ele, seu governo lançou "as bases para um Estado que olhe com mais atenção para as necessidades do povo".
O presidente retornou ontem a Brasília, depois de passar dois dias em Lima, onde participou da 11ª Cúpula Ibero-Americana, juntamente com outros 19 chefes de Estado e de governo latino-americanos e de Portugal e Espanha.
Sobre a importância da reunião, FHC afirmou que não há nenhum efeito prático imediato, mas sim a médio prazo.
Argentina
FHC disse que se exagera muito o contágio da crise argentina no conjunto da América Latina. Ele reafirmou que, nas últimas semanas os mercados financeiros "descolaram" o Brasil da Argentina e que o real se valorizou em relação ao dólar. "O sistema financeiro internacional tem colocado exigências demasiadas aos países [em desenvolvimento]. Consegue-se algo e se pede mais. Não há limites. O governo [argentino] está lutando bravamente para superar suas dificuldades, devemos ser solidários", disse.
Itamar diz que vai disputar as prévias em janeiro
O governador Itamar Franco (MG) anunciou que vai mesmo disputar as prévias que, em janeiro, devem indicar o candidato do PMDB à Presidência. Setores do partido apostavam que Itamar desistiria após a Executiva Nacional encolher o colégio eleitoral da consulta.
PT prepara novos "puxadores" para Câmara
Empenhado em aumentar a bancada federal para dar sustentação a um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o PT de São Paulo investe em uma nova safra de "puxadores de voto".
Em 2002, entram em campo o ex-jogador de futebol Sócrates, o sindicalista Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, e o presidente da Câmara de São Paulo, José Eduardo Martins Cardozo.
A renovação é necessária porque dos quatro deputados campeões de voto do partido em São Paulo em 1998, três não serão candidatos à reeleição. O primeiro colocado, José Genoino (307 mil votos), disputará o governo, enquanto o segundo, Aloizio Mercadante (241 mil), irá para o Senado.
Já o quarto mais votado, Antônio Palocci (125 mil), prefeito de Ribeirão Preto, deverá participar da coordenação de campanha de Lula. Outros dois eleitos em 98 não serão candidatos agora: o prefeito de Piracicaba, José Machado, e o secretário de Saúde paulistano, Eduardo Jorge.
Entre os campeões de voto, devem disputar novamente a Câmara apenas o presidente do partido, José Dirceu, e a ex-prefeita de Santos Telma de Souza.
"A saída de deputados bem votados dificulta o projeto de crescer a bancada. Felizmente, temos condições de substituir à altura essa engren agem", diz o presidente do PT-SP, Paulo Frateschi.
O partido, que tem hoje 59 deputados, sonha fazer de 80 a 90 no ano que vem. A cota de São Paulo é subir de 14 para entre 18 e 20.
A grande novidade seria Sócrates, 47, ex-jogador do Corinthians e da seleção brasileira, que já sinalizou ao partido que vai ser candidato a federal. Ele é filiado ao PT de Ribeirão Preto desde 1993.
"Há 20 anos o PT me enche o saco para eu sair a deputado. Pela primeira vez, estou pensando seriamente", diz o ex-jogador, que diz que a candidatura é provável, mas não certa. "Preciso ver o impacto em minha vida pessoal."
Crítico da Confederação Brasileira de Futebol, Sócrates diz que transportaria para a política sua bandeira de moralização no esporte. Médico, faria da saúde e da educação também prioridades. "Quero voto de todas as torcidas."
O PT espera que os novos puxadores tenham perfil semelhante ao dos antigos: eleitores em todas as regiões do Estado e em diversas camadas sociais, aproveitando ao máximo o alto nível de conhecimento de seus nomes. Aumentando o voto da legenda, ajudam a eleger outros companheiros.
Ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vicentinho já está em campanha. Sindicalista como Lula, diz que recebeu dele a promessa de voto. "Ajuda melhor que essa para minha campanha eu não poderia ter."
Além de questões ligadas ao trabalho -como reforma da Previdência e política industrial-, Vicentinho pensa também em chamar atenção em sua campanha para a discussão sobre globalização e para o combate ao racismo.
"Por ter um nome conhecido, posso ter votos não apenas entre os trabalhadores, mas também na classe média", afirma.
O terceiro pé da trinca de novos puxadores de voto deverá ser Cardozo -cotado também para disputar o Senado. "Vou certamente disputar a eleição de 2002", diz o vereador, que teve 229 mil votos na eleição de 2000 -grande parte entre as classes média e alta.
Projetado por suas denúncias de corrupção na gestão de Celso Pitta, Cardozo quer usar a bandeira da moralidade na política. "O perfil do meu eleitorado parece o de Genoino e Mercadante. Posso ocupar parte deste espaço."
Partido se divide sobre chapa ao Senado
O PT de São Paulo está dividido quanto à composição de sua chapa para a disputa do Senado em 2002. Há consenso apenas com relação à candidatura do deputado federal Aloizio Mercadante. A outra vaga é o ponto de discórdia.
Enquanto Mercadante e José Genoino defendem que ela seja reservada a outra legenda coligada, crescem no partido posições favoráveis a que o PT indique chapa "puro sangue".
No próximo fim de semana, no encontro estadual do partido, a corrente centrista PT de Luta e de Massa promete apresentar proposta para que o partido indique os dois senadores. Neste caso, o nome provável para fazer dobradinha com Mercadante é o de José Eduardo Martins Cardozo.
"Precisamos lançar dois nomes fortes. Proceder de outra forma é fazer a política errada. Só beneficiaria nossos adversários", diz Francisco Campos, membro do Diretório Nacional.
O que move alguns petistas rumo à chapa "puro sangue" é o trauma de 94, quando o partido lançou Luiza Erundina e destinou a outra vaga à coligação. Muitos eleitores apoiaram Erundina e deram o segundo voto a José Serra (PSDB) ou Romeu Tuma (PFL) -que foram eleitos.
A tese de dois candidatos ao Senado tem simpatia mesmo entre integrantes da Articulação, corrente de Mercadante.
Martins Cardozo diz que seguirá a determinação do partido, mas defende que a prioridade é uma chapa forte. "Se for necessário dar o segundo nome a outro partido para viabilizar uma aliança, esta é a prioridade. Mas é preciso ver quem será esse nome."
Já Mercadante, que faz questão de dizer que Cardozo seria "excelente candidato", afirma que a oferta de uma vaga para disputar o Senado é vital para o PT fechar uma coligação. "Não podemos conversar com outras legendas já com a chapa fechada. Os aliados podem fornecer nomes fortes."
Governo quer pagar às vésperas da eleição
O governo federal quer pagar a correção dos expurgos inflacionários referentes ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de 56,5 milhões de pessoas às vésperas das eleições do ano que vem.
De acordo com o calendário de pagamento elaborado pelo governo federal, os pagamentos a 54 milhões de pessoas que têm até R$ 1.000 a receber serão feitos sem deságio, à vista, em junho de 2002.
Mais 2,5 milhões de pessoas, que têm entre R$ 1.000 e R$ 2.000 para receber, terão seus pagamentos feitos em julho do ano que vem, mas receberão apenas metade do que têm direito -a outra metade será paga em janeiro de 2003.
Mais 3,6 milhões de trabalhadores, com saldo a receber superior a R$ 2.000, têm seus pagamentos previstos somente para depois do final do governo Fernando Henrique Cardoso.
As eleições do ano que vem estão marcadas para o dia 6 de outubro. Os dois pagamentos consumirão R$ 8,4 bilhões e só beneficiarão eleitores, porque todas as pessoas que têm direito à correção estavam no mercado de trabalho dez anos atrás.
Histórico
Em agosto de 2000, o STF (Supremo Tribunal Federal) reconheceu, ao julgar ações movidas por 20 trabalhadores, o direito à correção da inflação expurgada das contas de FGTS nos planos Verão (16,65%, em janeiro de 1989) e parte do Collor 1 (44,80%, em abril de 1990).
A decisão abriu precedente para que todas as pessoas que trabalhavam na iniciativa privada e tinham contas de FGTS (ativas ou inativas) em janeiro de 1989 ou em abril de 1990 conseguissem a correção na Justiça.
Dez dias antes do primeiro turno das eleições municipais do ano passado, o governo anunciou que estenderia a correção do FGTS a todos os trabalhadores. A medida vai custar R$ 40 bilhões.
Acordo
Para viabilizar o pagamento, após as eleições, o governo fez um "acordo" com setores do empresariado e dos trabalhadores.
O "acordo" do FGTS transformou-se em uma das principais bandeiras eleitorais do governo FHC para o ano que vem e está sendo anunciado com alarde como "o maior acordo judicial do mundo".
Fórmula
O governo federal criou uma fórmula para juntar os R$ 40 bilhões necessários ao pagamento do acordo. Segundo esse mecanismo, R$ 16 bilhões viriam de duas novas contribuições pagas por empresas.
O restante virá dos trabalhadores que aderirem ao acordo, obrigados a abrir mão de parte do que têm direito a receber (R$ 4 bilhões), do Tesouro Nacional (R$ 6 bilhões) e do próprio FGTS (R$ 14 bilhões).
Artigos
A força do destino
CARLOS HEITOR CONY
RIO DE JANEIRO - Se há assunto que não me emociona, e com o qual não perco tempo, é o da sucessão presidencial. Evidente que os interessados só pensam nisso, e entre os interessados devemos colocar os analistas e cientistas políticos que funcionam como supositórios, ou seja, fazendo suposições.
Não se trata de vil desprezo pelo futuro do país e do povo. Deus é testemunha do quanto me preocupo com ambos. Quanto mais tenho menos futuro, mais me impressiona o futuro dos outros. Mas, sinceramente, um governante a mais ou menos, quadrado ou redondo, articulado ou desarticulado, é uma hipótese de trabalho que no fundo pouca diferença fará para o rolar do tempo.
Não acredito que o destino (que muitas vezes funciona como futuro), esteja gravado nos astros, nas cartas do tarô, nas previsões dos profetas profissionais ou amadores, que sempre os há. Qualquer que seja o futuro que nos espera, como nação e povo, não será o futuro que desejamos. E a culpa não será do futuro.
Ora, direis, ouvir pessimistas como o cronista é perda de tempo e diversão às avessas. Já contei, há tempos, a história daquele tenor que, depois de sua primeira ária no primeiro ato, foi vaiado pela platéia. Ele nem se incomodou. Apenas avisou: "Vocês ainda não viram nada! Esperem pelo barítono!" É isso aí.
Piedoso ditado em voga nos meus tempos de menino dizia que de hora em hora Deus melhora. Pode ser que Deus melhore realmente, é ofício dele melhorar sempre. Daí que deveria ter criado o mundo daqui a alguns milênios, quando estivesse absolutamente melhor sem depender da hora que o melhora.
Como criou o mundo milhões de anos atrás, ainda não estava no ponto de fazer coisa melhor. Daí que nos fez à sua imagem e semelhança - e somos o que somos.
PS - Ficarei mais uma semana fora deste canto, procurando um canto que nunca encontro.
Colunistas
PAINEL
Jogo embolado
Roseana Sarney quer definir até dezembro o candidato à sua sucessão no governo do Maranhão. Embora os pefelistas José Reinaldo e Edison Lobão sejam os favoritos, ela sinaliza que pode escolher o prefeito de São Luís, Jackson Lago, do PDT.
Bolsa de futuros
A escolha de Jackson Lago para disputar o governo do Maranhão seria uma tentativa do PFL de aproximar o PDT de Leonel Brizola da candidatura Roseana.
Proposta pragmática
Lideranças do PFL oferecem à cúpula do PTB espaço em possível coligação em torno de Roseana. Os trabalhistas dizem que estão fechados com Ciro Gomes. Mas, conhecendo o histórico petebista, o PFL insistirá.
Nau à deriva
O PTB deixou de lado a possibilidade de apoiar o candidato de FHC para ficar com Ciro Gomes quando o presidenciável do PPS começou a crescer nas pesquisas. "O PTB é pragmático. Não ficará numa canoa se começar a entrar água", diz um parlamentar do partido de Ciro.
Troca de figurinhas
Hugo Napoleão (PFL), recém-empossado governador do Piauí, esteve no fim de semana com Roseana em São Luís. Ele quer levar para o Estado algumas das experiências administrativas da colega de partido.
Para tirar dúvidas
O Planalto encomendou uma pesquisa qualitativa em dez Estados. É para tentar entender o crescimento de Roseana Sarney e a falta de popularidade dos candidatos tucanos.
Farmacopéia política
De Arthur Virgílio (Secretaria Geral), sobre Rubens Bueno (PPS-PR) ter dito que Fernando Henrique é o "presidente pomada", que só serve para uso externo: "Meu querido colega agiu como um deputado purgante, que é só para efeito interno".
Tudo pelo social
A cúpula do PT intensificou as conversas com o PSB. Apostando que Garotinho desistirá da candidatura à Presidência, os petistas admitem até ceder o cargo de vice aos socialistas.
A convite
Nos EUA, onde faz check-up, Tasso Jereissati falará no Banco Mundial sobre o programa de combate à pobreza no Ceará.
Espaço ocupado
Enquanto o Ministério da Integração Nacional ficou sem titular, Raul Jungmann (Desenvolvimento Urbano) conseguiu para sua pasta R$ 44 milhões previstos no Orçamento para projetos do rio São Francisco.
Ministro no campo
Em campanha, Martus Tavares foi ao jogo do Ceará, o time mais popular do Estado.
Sem traumas
Aloysio Nunes (Justiça) defende pré-convenção entre Serra e Tasso para definir o candidato tucano: "É melhor uma disputa para ninguém ficar estigmatizado como empata-prazer".
Espaço vazio
O governador Dante de Oliveira (PSDB), do Mato Grosso, quer a definição até janeiro do candidato tucano: "Não podemos ficar tanto tempo sem uma figura que represente o partido".
Decisão adiada
O julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça para receber ou rejeitar denúncia contra o desembargador Paulo Theotonio Costa, do TRF-SP, que seria realizado no último dia 21, foi adiado para 5 de dezembro. O relator, ministro Humberto Gomes de Barros, sofreu uma cirurgia.
Hipótese de prescrição
Theotonio Costa foi acusado de manipular a distribuição de habeas corpus em janeiro de 1998 para liberar um traficante. Se a denúncia não for recebida neste ano, o juiz será beneficiado com a prescrição, a partir de fevereiro de 2002, se vier a ser condenado à pena mínima.
TIROTEIO
Do ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), sobre a possibilidade de Itamar Franco (PMDB) vir a tentar a reeleição:
- Seria bom demais disputar com ele novamente. Minas poderia fazer o tira-teima e ver como o Estado perdeu muito.
CONTRAPONTO
No calor da campanha
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) participou, na sexta-feira, do evento que batizou um viaduto da rodovia Castelo Branco com o nome de um dos idealizadores da Associação Brasil Soka Gakkai, Jossei Toda.
Fazia um calor infernal. Embora o palanque das autoridades fosse protegido por um toldo, cerca de 250 pessoas estavam na platéia expostas ao sol.
Primeiro houve três discursos de mais de dez minutos cada. Até o secretário de Estado da Casa Civil, João Caramez (PSDB), falou. Marido da prefeita de Itapevi (SP), onde está o viaduto, o evento tinha importância política para ele.
Quando enfim foi dada a palavra ao governador Alckmin, ele prometeu, para alívio da platéia suarenta:
- Vou ser breve. Como eu estou ficando careca, eu sei o que o sol faz na cabeça das pessoas.
E falou por dois minutos.
Editorial
A ELITE OSCILA
A pesquisa do Datafolha, publicada ontem, com as intenções de voto para presidente da República mostra um vínculo entre a ascensão da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), e uma mudança de opinião nos setores de elite da sociedade. Pela primeira vez, surge uma sinalização estatística mais firme de que um nome vindo das hostes governistas pode efetivamente vir a disputar com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
Algumas das maiores oscilações positivas na intenção de voto da governadora ocorreram entre os eleitores de nível universitário, entre os mais ricos, entre os mais bem posicionados na divisão socioeconômica de classes e entre os habitantes da região Sudeste. Em todas essas quatro categorias, a intenção de voto em Lula obteve queda, embora no cômputo geral da pesquisa o petista tenha oscilado um ponto percentual para cima nos dois cenários em que disputa com a pefelista.
Parte da elite, em vista do aumento da exposição do nome de Roseana, passou a optar pela pefelista. Concomitantemente, caiu a preferência por Lula nesse mesmo estrato.
Não há dúvida de que Roseana Sarney colhe os frutos de uma intensiva campanha publicitária feita por seu partido com a nítida intenção de ganhar cacife no jogo eleitoral para 2002. Se fosse hoje a decisão sobre uma hipotética manutenção do pacto de partidos que sustenta o governismo para a disputa da Presidência, o PFL teria um poder de barganha considerável. Já é bem mais difícil prever se a legenda de Jorge Bornhausen terá condições de impor o nome de sua correligionária na cabeça da chapa.
Mas a série de radiografias do eleitorado feita pelo Datafolha mostra que uma das fatias mais influentes dos brasileiros em condições de votar não estava 100% convicta quando manifestou, no passado, preferência por nomes da oposição. Em termos políticos, significa dizer que a coalizão de centro-direita que governa o país desde 1995 mantém significativa capacidade de angariar simpatia em um setor estratégico para vencer eleições no Brasil: a elite.
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11/26/2001
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